O dólar fechou em queda de mais de 1% sobre o real pela segunda sessão seguida nesta segunda-feira (5), no menor nível em mais de duas semanas, reagindo a apostas de que os juros não subirão nos Estados Unidos até o ano que vem, mantendo a atratividade dos ativos brasileiros para investidores estrangeiros.
O dólar recuou 1,14%, a R$ 3,9008 na venda, menor nível desde 17 de setembro (R$ 3,8822), justamente quando o Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve sua taxa de juros quase zerada. Na mínima dessa sessão, chegou a R$ 3,8893.
“O Fed tem muitos argumentos para esperar até o ano que vem para subir juros”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Na sexta-feira (2), dados mostraram que os empregadores nos EUA reduziram as contratações nos últimos dois meses e os salários caíram em setembro. Os números levaram o dólar a enfraquecer em relação às principais moedas emergentes, uma vez que a manutenção dos juros quase zerados na maior economia do mundo sustenta a atratividade de ativos de países em desenvolvimento.
Nesta sessão, dois relatórios fracos sobre o setor de serviços norte-americano corroboraram essa percepção.
O dólar chegou a operar em leve alta, avançando 0,15% na máxima do dia, a R$ 3,9515, refletindo a apreensão dos investidores com a situação política e econômica no Brasil.
“Temos um cenário muito difícil aqui, com a questão do TCU e os vetos presidenciais”, disse o operador de uma corretora nacional, referindo-se à análise pelo Tribunal de Contas da União das contas públicas do governo de 2014, que pode abrir espaço para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e a votação no Congresso de vetos presidenciais com impacto sobre as finanças do governo.
O julgamento do TCU está marcado para quarta-feira. O governo federal questiona a isenção do relator do processo, ministro Augusto Nardes, por considerar que ele desrespeitou as regras da magistratura ao adiantar seu posicionamento sobre o caso em entrevistas a órgãos de imprensa.
O TCU deverá julgar o pedido de afastamento do relator imediatamente antes de se debruçar sobre as contas, na própria quarta-feira, segundo fontes.
Swaps
O Banco Central deu continuidade nesta manhã à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares.
Até agora, a autoridade monetária já rolou US$ 1,534 bilhão, ou cerca de 15% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.