O dólar fechou abaixo de R$ 3 nesta sexta-feira (8), com investidores minimizando dados sobre a criação de vagas nos Estados Unidos e concentrando-se no aumento menor que o esperado do rendimento médio por hora em abril, o que pode sinalizar que a inflação continuará baixa na maior economia do mundo.
A moeda norte-americana caiu 1,45%, a R$ 2,9835 na venda, após subir na máxima da sessão a R$ 3,0445 e, na mínima, cair a R$ 2,9758. Na semana, a queda do dólar ante o real foi de 0,98%.
Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,2 bilhão.
Dados dos EUA
Embora a criação de vagas de trabalho tenha ficado praticamente em linha com as expectativas do mercado em abril, levando a taxa de desemprego à mínima em quase sete anos, a renda média por hora subiu apenas 0,1%. Além disso, o dado sobre criação de vagas de março foi revisado para o menor nível desde junho de 2012.
Isso pode abrir espaço para o Federal Reserve manter os juros quase zerados por mais tempo, enquanto espera para ver sinais mais consistentes de que a inflação está acelerando em direção a sua meta.
O economista da 4Cast Pedro Tuesta ressaltou que o mercado tem dado bastante importância para números relacionados à inflação nos EUA, mas também lembrou que o Fed observa um conjunto de fatores para tomar suas decisões. “Precisamos esperar a poeira baixar”, afirmou.
Swaps
Alguns investidores acreditam que a divisa enfrentará dificuldades para se sustentar abaixo de R$ 3 novamente, uma vez que o Banco Central sinalizou que deve rolar apenas parcialmente os swaps cambiais que vencem em junho pouco após a moeda norte-americana oscilar na casa dos R$ 2,90.
Na manhã desta sexta, o BC vendeu a oferta total de 8,1 mil swaps no leilão de rolagem. Ao todo, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 1,968 bilhão, ou cerca de 20% do lote total, que corresponde a US$ 9,656 bilhões.
“O BC pode aproveitar essa oportunidade para reduzir a posição em swaps (com rolagens menores)”, disse o operador de uma corretora nacional, que solicitou anonimato. “O governo tem citado o custo dessas operações e o impacto do dólar alto sobre a balança comercial ainda não se realizou”.
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