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Câmbio

Dólar cai 1,85% e chega ao menor nível em um mês

O dólar caiu ao menor nível em mais de um mês ante o real nesta terça-feira (10), reagindo a entradas de recursos e a perspectivas de mais ingressos de capital ao país após recentes emissões de empresas brasileiras e do próprio governo. O quadro externo favorável a ativos de risco corroborou o movimento. No fechamento, a moeda norte-americana recuou 1,85%, para 1,8008 real na venda. É a menor cotação desde 7 de dezembro, quando a divisa terminou a 1,7905 real. Na mínima do dia, a taxa de câmbio atingiu 1,7948 real, queda de 2,17%. Segundo dados da Thomson Reuters, o real foi a moeda que mais se valorizou nesta terça-feira dentre as 36 divisas mais negociadas nos mercados de câmbio globais. Três operadores consultados pela Reuters notaram fluxo positivo durante toda a sessão, num sinal de que investidores aproveitaram o ambiente de menor aversão a risco para aplicar em ativos brasileiros. "Vai entrar mais dinheiro, e o pessoal se adianta, antes que o dólar caia ainda mais", afirmou um dos operadores. Para o gerente de câmbio da Fair Corretora, José Roberto Carreira, o real estava muito "descontado" e por isso reage às perspectivas de fluxo com mais força. "O mercado estava preso à faixa de 1,85 (real), 1,86... e encontrou fôlego para cair uma vez que você espera que mais dinheiro entre por conta das captações", afirmou. Há exatamente uma semana, o Brasil anunciou uma emissão soberana que contou com forte demanda e abriu caminho para empresas com dificuldade de captação no mercado de capitais internacional melhorem suas condições de financiamento. A notícia levou o dólar a cair 2% na terça-feira passada, maior queda em dois meses. Vale e Bradesco já anunciaram emissões, na esteira da operação do Tesouro Nacional. O Banco do Brasil realiza um roadshow e ainda esta semana deve anunciar a colocação de pelo menos 500 milhões de dólares em bônus perpétuos, enquanto outras companhias, como a Petrobras, estariam em alerta e poderiam aproveitar o momento para captar no exterior. O mercado também reagiu a perspectivas de que a China, segunda maior economia do mundo e principal parceiro comercial do Brasil, anuncie medidas para estimular sua economia, que assim importaria mais matérias-primas, principal item da pauta de exportações doméstica. O índice Reuters-Jefferies CRB de commodities, referência global para esse mercado, subia cerca de 1,2% no final da tarde.

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