A confiança do mercado internacional com os lucros das empresas norte-americanas no último trimestre patrocinou a queda do dólar nesta terça-feira, colocando a moeda no menor nível em mais de dois meses frente ao real.
A taxa terminou o dia a 1,753 real, em baixa de 0,68 por cento. É a menor cotação de fechamento desde 3 de maio.
No mês, o dólar tem queda de 2,83 por cento. No ano, a alta da moeda diminuiu para 0,57 por cento.
Enquanto o mercado de câmbio encerrava as operações, as bolsas de valores norte-americanas subiam mais de 1 por cento e o euro estava na máxima em dois meses, acima de 1,27 dólar.
O otimismo era um reflexo do lucro da Alcoa no segundo trimestre. A produtora de alumínio inaugurou a temporada de balanços nos EUA com um resultado acima do previsto e projeções sólidas para a demanda global pelo metal.
O empurrão dado pelo mercado internacional era o que faltava para que o dólar rompesse a marca de 1,76 real, perto do qual vinha sendo cotado nas últimas cinco sessões. A taxa, porém, não teve fôlego para ceder abaixo de 1,75 real.
"Nesse patamar, o mercado aposta um pouco na compra", disse José Carlos Amado, operador da corretora Renascença.
Dados do Banco Central sobre o fim de junho mostravam os bancos com mais de 9 bilhões de dólares em vendas líquidas no mercado à vista --posição que pode ser coberta a um custo menor pelas instituições quando o dólar se desvaloriza.
Para Amado, a atuação do Banco Central no mercado à vista também ajudou a sustentar a cotação do dólar nesta sessão. O BC comprou moeda mais cedo do que nos últimos dias e deixou os investidores em compasso de espera pela possibilidade de outra operação à tarde. O BC não faz dois leilões no mesmo dia justamente desde 3 de maio.
Dados da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa apontavam volume mais firme nesta sessão ante os últimos dias, com 2,6 bilhões de dólares em operações registradas até poucos minutos antes do fechamento.