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O principal índice da Bolsa de São Paulo, o Ibovespa, tem um dia de forte alta nesta segunda-feira, influenciado especialmente pelos ganhos das ações da Companhia Vale do Rio Doce e Petrobras. Às 16h53m, o Ibovespa subia 1,71%, aos 65.377 pontos - ultrapassando, pela primeira vez, os 65 mil pontos. O dólar fechou em queda de 0,68%, negociado a R$ 1,7570 - a menor cotação para um fechamento em mais de sete anos.

Segundo o analista de investimentos do banco Modal, Eduardo Roche, os papéis da Vale são influenciados pela perspectiva de um reajuste no preço do minério de ferro, que começa a ser negociado em novembro. As apostas apontam para uma alta de 30%. Os papéis da valemineradora tinham alta de 4,52%, a R$ 54,98, às 16h55m.

No mesmo horário, as ações da Petrobras subiam 2,50%, a R$ 72,88, com um volume de negociação de R$ 1,023 bilhão. Segundo Roche, a expectativa é de que este total chegue a R$ 2 bilhões nesta segunda-feira, um recorde de negociação, excluindo as ofertas públicas iniciais de papéis.

- As ações da Petrobras são puxadas por um novo recorde dos preços do óleo, que bateu US$ 93 nesta segunda-feira. Além disso, existe uma expectativa de que a Petrobras consiga sair de uma situação ruim em termos de produção. Em 2006 ela não atingiu sua meta e a expectativa é de que em 2007, ela também não seja alcançada. Mas em 2008 ela deve reverter este processo - diz Roche.

Grande destaque da bolsa paulista na última sexta-feira, as ações da Bovespa Holding, que subiram mais de 50%, recuam 7,94%, a R$ 32,20 neste pregão. Segundo Roche, no entanto, a ação ainda pode ser uma boa opção de longo prazo.

- A receita da Bovespa advém de emolumentos, corretagem e taxas envolvidas nas negociações. Quanto mais crescer o mercado, maior retorno financeiro ela terá, o que acaba refletindo no preço da ação - avalia.

A expectativa é de um dia de altas para as ações também nos Estados Unidos. Economistas esperam que o Federal Reserve (Fed, o BC americano) reduza os juros básicos da economia em, ao menos, 0,25 ponto percentual em sua reunião marcada para esta quarta-feira. A taxa atualmente está em 4,75% ao ano. A ação do Fed favoreceria a atividade econômica e os investimentos, reduzindo o impacto da crise no mercado imobiliário.

O economista-chefe da Ágora Corretora, Álvaro Bandeira, ressalta que a quarta-feira terá ainda outro indicador muito importante para o mercado financeiro, que será a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do terceiro trimestre. Segundo ele, tanto a decisão sobre os juros e os dados de crescimento da maior economia do mundo pode reverter os rumos do mercado

O humor dos investidores é influenciado ainda por notícias corporativas. A Oracle anunciou que deixou sua oferta de US$ 17 por ação de sua rival BEA Systems expirar. A diretoria do BEA havia rejeitado a oferta, considerando o valor muito baixo.

Já a empresa de varejo Gap foi atingida por uma reportagem do jornal britânico Observer nesta segunda-feira. A denúncia é de que crianças abaixo de 10 anos estariam trabalhando na confecção das roupas da empresa na Índia. A Gap emitiu uma nota informando que havia descoberto o problema na semana passada e que daria fim às relações com as subcontratadas no país.

Nos mercados americanos, o índice Dow Jones subia 0,50% e o S&P 500 tinha alta de 0,42%. A bolsa eletrônica Nasdaq subia 0,40%. O dólar continuava também sua desvalorização na Europa e o euro subia 0,09%, para US$ 1,442.

No fechamento asiático, o dólar estava cotado a 114,18 ienes, em comparação com os 114,22 ienes de sexta-feira em Nova York. O euro avançava de US$ 1,4385 a US$ 1,4419.

Na Ásia, a semana começou com ganhos nas principais bolsas de valores. Além das expectativas em relação ao Fed, o comportamento é impulsionado pelos resultados trimestrais das empresas japonesas, acima do esperado. Em Tóquio, o índice Nikkei-225 fechou com alta de 1,5% a 16.753 pontos nesta segunda-feira.

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