O dólar fechou abaixo de R$ 1,70 pela primeira vez em quase quatro semanas nesta sexta-feira, recuando pela quinta sessão consecutiva de olho na oscilação da divisa no exterior em meio a dados mais fracos nos Estados Unidos.
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,94%, a R$ 1,687 na venda. É a primeira vez desde 9 de novembro que o dólar termina o dia abaixo de 1,70 real. No acumulado da semana, a cotação cedeu 2,37 por cento, a maior baixa no período desde junho.
No mesmo horário, a moeda norte-americana recuava 1,2% contra uma cesta de divisas, com destaque para as valorizações do euro e do iene.
"Eu diria a você que, além da clara contribuição do fortalecimento do euro, também tem uma parcela grande de especulação em cima. Tem um volume grande de posição vendida (em dólar) no mercado futuro e basta uma oportunidade para o pessoal derrubar o dólar", disse Carlos Alberto Postigo, gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária.
Embora tenham diminuído nas últimas sessões, as apostas de estrangeiros na desvalorização da divisa norte-americana nos mercados de dólar futuro e cupom cambial (DDI) seguem acima de 10 bilhões de dólares, de acordo com dados da BM&FBovespa.
A moeda dos EUA também pedia terreno contra outras divisas de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano e a coroa norueguesa, após números mais modestos sobre o mercado de trabalho dos EUA endossarem a necessidade de mais estímulos à economia daquele país.
Os Estados Unidos criaram 39 mil postos de trabalho em novembro, enquanto a taxa de desemprego subiu para 9,8%, a máxima em sete meses. Economistas previam uma criação de 140 mil empregos em novembro e uma taxa de desemprego estável, em 9,6%.
De acordo com profissionais, o mercado de câmbio reagiu discretamente às medidas de aperto de crédito anunciadas pelo Banco Central na manhã desta sexta-feira, com os agentes avaliando que a cotação deve continuar atenta ao cenário internacional.
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