O dólar caiu para menos de R$ 1,80 pela primeira vez em mais de sete anos e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) bateu novo recorde ao ultrapassar os 64 mil pontos. A alta do mercado de ações brasileiro segue o bom humor das bolsas internacionais gerado por notícias positivas sobre a economia dos Estados Unidos e da Europa.
Às 14h10, o Ibovespa subia 1,21%, para 63.964 pontos, depois de bater 64.169 pontos. O movimento financeiro era de R$ 2,948 bilhões. No mesmo horário, a moeda americana era negociada em baixa de 0,72%, a R$ 1,791, depois de ter chegado a R$ 1,785.
No cenário internacional, foi anunciado o número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, que somaram 308 mil na semana passada, 12 mil a menos do que a marca registrada uma semana antes (320 mil, número revisto).
Na Europa, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, afirmou que o crescimento econômico na zona do euro e no mundo continua robusto, apesar da recente volatilidade dos mercados financeiros.
Na avaliação de Gerson de Nobrega, gerente da tesouraria do Banco Alfa de Investimento, os leilões de compra da moeda americana realizados pelo Banco Central nos últimos dias enxugaram um volume pequeno de dólares do mercado. Isso diminuiu a resistência da moeda ao piso informal (R$ 1,80), que foi sustentado na última sessão por operações no mercado de derivativos.
Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez, avalia que o dólar mantém a tendência negativa mesmo após a quebra do patamar de R$ 1,80.
- Pode até vir a cair mais um pouco ao longo do mês, a gente tem muita expectativa de entrada (de dólares) para a bolsa. A expectativa é que, no curto prazo, ele possa vir a testar o patamar de R$ 1,75 - estimou, ressalvando um possível reforço nas atuações do BC no mercado à vista.
Vale e Petrobras puxam alta
Na Bovespa, a alta era puxada principalmente pela valorização das ações da Vale do Rio Doce e Petrobras. Os papéis PN (os mais negociados) da mineradora subiam 2,56%, para R$ 53,15, às 14h15. As PN da Petrobras (que também tem forte peso no índice) subiam 1,48%, para R$ 66,12.
Outro destaque da Bovespa eram os papéis ON da Telemar. Logo após o fracasso de mais uma tentativa do leilão de compra das ações preferenciais, dentro do programa de reestruturação acionária da Oi , as ordinárias da empresa chegaram a subir mais de 6%. Às 14h15, no entanto, a alta era de 2,62%, a R$ 64. As PN caíam 0,25%, para R$ 39,90.
Na avaliação do gestor de renda variável da Meta Asset Management, Rafael Moyses, os investidores estariam migrando das ações PN (que estavam valorizadas pela possibilidade de compra no leilão por R$ 45) para as ON. Além disso, segundo ele, aumentaram as apostas de uma eventual fusão da Telemar com a Brasil Telecom.
Moyses lembra que, além do bom humor no mecado externo, influencia o pregão da Bovespa a expectativa em relação ao vencimento de contratos de opções na segunda-feira.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião