O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira (11), após o Banco Central brasileiro sugerir que está desconfortável com o recente avanço da moeda norte-americana, aumentando a oferta de swaps cambiais na rolagem dos contratos que vencem em setembro, e diante de menores temores de escalada da crise na Ucrânia. A moeda norte-americana caiu 0,54%, a R$ 2,2745 na venda. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 700 milhões de dólares, abaixo da média diária de 1,1 bilhão de dólares vista neste mês.

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"Está dentro do esperado essa queda. O dólar subiu demais, o BC reagiu e o mercado corrigiu. E ajuda também que o cenário lá fora está mais tranquilo ", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano. Na sessão passada, preocupações com o cenário externo ajudaram o dólar a superar R$ 2,30 no intradia, alimentando preocupações com possíveis impactos sobre a inflação via encarecimento de importados. Ao longo do dia, o movimento perdeu força e a divisa norte-americana fechou em baixa com movimentos de exportadores, que venderam dólar para aproveitar a maior cotação.

Após o fechamento dos negócios na sexta-feira, o BC aumentou para até 10 mil contratos a oferta de swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, no leilão de rolagem desta sessão. Até então, a autoridade monetária ofertava até 8 mil papéis. No final desta manhã, o BC vendeu a oferta integral, levando o total de swaps já rolados a 2,471 bilhões de dólares, ou cerca de um quarto dos 10,070 bilhões de dólares que vencem em setembro. E se mantiver o ritmo, rolará cerca de 95 por cento do lote do próximo mês ao fim da operação.

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No mês passado, o BC rolou cerca de 70% dos swaps que venceram em 1º de agosto. "O BC mostrou incômodo com a alta da moeda americana e já mostrou mudança de atuação com as cotações chegando a R$ 2,30... Com isso, o espaço para recuperação do real está reforçado", escreveram analistas da Lerosa Investimentos em relatório. Mais cedo, a autoridade monetária deu continuidade às suas intervenções diárias e vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem à venda futura de dólares, com volume equivalente a 198,8 milhões de dólares. Foram vendidos 3 mil contratos para 2 de fevereiro de 2015 e 1 mil para 1º de junho de 2015.

Há quase duas semanas o dólar tem sido negociado acima de R$ 2,25, acumulando agora alta de quase 1,5% e deixando para trás o teto da banda informal de flutuação, entre R$ 2,20 e R$ 2,25, que vigorou desde abril passado com alguns breves períodos de exceção.

Para alguns especialistas, o intervalo de flutuação pode ter mudado de patamar, indo de R$ 2,25 a R$ 2,30. Esse novo cenário também pode continuar afetando o volume de negócios, como ocorreu nesta sessão, com investidores relutando em fazer operações para esperar a consolidação dessa eventual nova banda informal e voltar a ter referência mais clara.

Rússia

Também ajudaram a trazer alívio ao dólar nesta sessão esperanças de que a crise na Ucrânia pode não se aprofundar no curto prazo. Na sexta-feira, o Ministério da Defesa russo informou que encerrou exercícios militares no sul da Rússia que os Estados Unidos consideraram ser um passo "provocativo" diante da crise na Ucrânia.

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A notícia desinflou parte do pessimismo nos mercados globais já no pregão anterior, mantendo o movimento agora. Com os temores, investidores vinham evitando ativos de risco, como aqueles denominados em moedas de países emergentes. "O mercado está um pouco menos preocupado com a Rússia e, aqui, o BC mostrou as caras. Isso abre espaço para um ajuste para baixo", disse o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca.

Nesta segunda-feira, a Rússia informou que enviará auxílio humanitário à Ucrânia em colaboração com representantes do Comitê Internacional de Cruz Vermelha.