O dólar fechou em queda ante o real pela quarta sessão seguida nesta terça-feira (19), com investidores otimistas sobre o quadro eleitoral brasileiro. Em um dia de poucas notícias relevantes, a moeda norte-americana caiu 0,37%, a R$ 2,2502 na venda, acumulando baixa de 1,25% nas últimas quatro sessões. O volume financeiro na clearing de câmbio da BM&F ficou em torno de 1,5 bilhão de dólares.

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Os investidores têm se mostrado mais otimistas com a esperada entrada de Marina Silva na corrida presidencial, o que torna bastante difícil que a presidente Dilma Rousseff vença as eleições no primeiro turno. Grande parte do mercado desaprova as políticas econômicas do atual governo e aposta em uma vitória da oposição no segundo turno das eleições.

Esse otimismo levou o dólar a ser negociado abaixo de R$ 2,25 pela primeira vez desde o final de julho. Analistas alertam, no entanto, que a corrida eleitoral ainda pode provocar volatilidade no câmbio. "O movimento de hoje não foi motivado por nenhuma grande notícia. Foi uma agulhada abaixo de 2,25 reais, algo pontual", afirmou o gerente de operações do Banco Confidence, Felipe Pellegrini. Para ele, a aversão ao risco no exterior e incertezas eleitorais domésticas devem manter o dólar acima desse patamar no curto prazo.

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A moeda norte-americana vinha oscilando entre R$ 2,20 e R$ 2,25 entre o início de abril e o fim de julho, com breves exceções, mas subiu acima desse patamar depois que a escalada da crise na Ucrânia elevou as tensões geopolíticas globais.

Pela manhã, o BC deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram 1,4 mil contratos para 1º de junho e 2,6 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197 milhões de dólares.

Além disso, vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em setembro. Ao todo, o BC já rolou cerca de 54 por cento do lote total, que corresponde a 10,070 bilhões de dólares. No início da sessão, o dólar chegou a avançar à máxima de R$ 2,2660, reagindo a números fortes sobre o mercado imobiliário norte-americano. "Esses dados indicam que os Estados Unidos de fato estão se recuperando num ritmo razoável, o que faz o pessoal comprar dólar", afirmou o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Conforme a recuperação da maior economia do mundo ganha força, crescem as expectativas de que os Estados Unidos elevem seus juros e atraiam capital atualmente investido em países emergentes, como o Brasil.

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