O dólar fechou em queda de mais de 1,5 por cento ante o real nesta terça-feira após a chair do Federal Reserve, Janet Yellen, trazer alívio aos investidores que temiam uma sinalização mais contundente sobre o momento em que os juros começarão a subir nos Estados Unidos.

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O mercado também comemorou a notícia de que a Grécia apresentou a seus credores uma lista de reformas necessárias a um acordo para a extensão do pacote de ajuda financeira ao país.

A moeda norte-americana caiu 1,59 por cento, a 2,8334 reais na venda, após superar durante a sessão passada o patamar de 2,90 reais pela primeira vez em mais de dez anos.

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Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,3 bilhão de dólares.

“Estamos vendo um padrão: toda vez que o mercado se prepara para uma alta dos juros iminente, a comunicação do Fed minimiza essas expectativas”, disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold.

O dólar chegou a anular a queda logo antes do início do pronunciamento de Yellen, à medida que investidores se protegiam contra a possibilidade de que ela sinalizasse de maneira mais forte uma iminente alta de juros pelo Fed. Na máxima do dia, a divisa alcançou 2,8917 reais.

Mas, na avaliação de analistas, o pronunciamento da chair do Fed não correspondeu a essas apostas. Ela afirmou que, antes de elevar os juros, o banco central dos EUA eliminará a palavra “paciente” de seu comunicado, mas que isso não garante que o aperto monetário terá início logo em seguida.

“Yellen está mantendo a mente aberta, ainda sem pressa para dar um sinal de que a alta dos juros está próxima”, disse o estrategista-chefe de mercados do Drivewealth, Brian Dolan.

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Alívio na Grécia

A Grécia entregou a seus credores europeus um documento em que promete não voltar atrás em nenhuma privatização em andamento ou finalizada e que garante que qualquer gasto estatal para lidar com uma “crise humanitária” não afetará seu orçamento.

Autoridades gregas e dos países credores confirmaram que o documento é suficiente para estender o programa de ajuda financeira a Atenas.

“A situação na Grécia parece estar caminhando na direção certa”, disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Investidores temiam que o impasse entre a Grécia, a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pudesse levar Atenas a ser forçada a sair do bloco monetário, golpeando a lenta recuperação econômica global. Agora que o fluxo de notícias parece mais favorável, o apetite por risco voltava aos mercados.

No Brasil, os esforços do governo para defender as medidas de ajuste fiscal que vêm encontrando obstáculos na base aliada também trouxeram algum alívio ao mau humor dos agentes financeiro.

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Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a 97,8 milhões de dólares.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a 10,438 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 85 por cento do lote total.