O dólar fechou em queda de quase 1% e voltou a R$ 2,41 nesta terça-feira (4), em reação ao anúncio do Banco Central na véspera de que dará início ao processo de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional que vencem em março e em linha com a depreciação da divisa dos Estados Unidos sobre outras moedas emergentes. A moeda norte-americana perdeu 0,90%, a R$ 2,4152 na venda, mas chegou a bater R$ 2,4061 na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.
"Com certeza, se o BC não tivesse anunciado a rolagem antecipadamente, o dólar estaria subindo", afirmou o analista do Brasif Gestão André Santoro. O BC informou após o fechamento da sessão anterior que iniciará na quinta-feira a rolagem do equivalente a 7,378 bilhões de dólares em swaps que vencem em 5 de março,aumentando a oferta de hedge num momento de turbulência externa, sobretudo nos mercados emergentes.
A autoridade monetária tem rolado integralmente os swaps que venceram nos últimos meses e analistas afirmam que essa rodada não deve ser exceção. Desta vez, o BC anunciou a rolagem mais cedo, em meio à forte pressão sobre o dólar.
Durante a manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps tradicionais com volume financeiro equivalente a 197,0 milhões de dólares. Foram 730 contratos para 1º de agosto e 3.270 contratos para 1º de dezembro deste ano.
A depreciação do dólar ante o real veio em linha com a queda da divisa norte-americana sobre outras moedas emergentes, que vêm sofrendo intensa pressão nas últimas semanas em meio à onda global de mau humor com países em desenvolvimento.
Nesse contexto, o dólar chegou a ser negociado a 2,45 reais em alguns momentos na semana passada, patamar identificado por alguns no mercado como um importante teto de resistência por ameaçar a inflação já elevada no país. "O nível de 2,45 reais tem dado uma balizada no mercado, com o pessoal voltando a puxar o dólar para baixo quando passa disso", disse o operador de câmbio da corretora B&T, Marcos Trabbold.
Analistas ressaltam que o cenário de volatilidade deve continuar assolando os mercados emergentes, mesmo que de maneira um pouco diferenciada.
A valorização do dólar ante o real desde o início do ano até agora (2,45 por cento) é a segunda menor dentro de uma cesta de oito moedas emergentes, à exceção do peso argentino, perdendo apenas para a rúpia indiana. O maior avanço veio sobre o rublo russo, que somou 6,42 por cento até esta sessão.
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