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O impasse político na Grécia, que tornou mais provável uma saída do país da zona do euro, provoca mais um dia de aversão ao risco. No dólar comercial, a moeda estava sendo negociada a R$ 1,9910 na venda, nova máxima do dia, e R$ 1,9890 na compra, por volta de 12h20. O dólar turismo era negociado a R$ 2,11 para venda e R$ 1,90 para compra. A alta no dia era de 1,93%.

Por volta de 12h22m, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía 2,06% aos 58.217 pontos. No ano, o índice sobe apenas 4,74%, depois de já ter se valorizado 20% no primeiro trimestre.

Entre as ações com maior peso no índice todas operam no negativo. Vale PNA perdia há pouco 0,76% a R$ 37,72; Petrobras PN se desvalorizava 0,98% a R$ 19,15; OGX Petróloe ON, que divulgará hoje seu balanço trimestral, cai 3,38% a R$ 13,15; Itaú Unibanco PN perdia 1,82% a R$ 28,49 e PDG Realty ON se desvalorizava 7,72% a R$ 4,18. A queda acontece após a renúncia do vice-presidente e do diretor de investimentos da empresa.

Analistas preveem que o Banco Central intervenha no mercado de câmbio, vendendo moeda, se o dólar atingir R$ 2. Para eles, o BC deseja que a divisa americana flutue entre R$ 1,85 e R$ 1,95, um patamar favorável à indústria e que não causaria pressão inflacionária.

"As medidas que o governo tomou para fazer a moeda americana se valorizar frente ao real, como o aumento do IOF sobre captações externas de 3 e 5 anos, estão funcionando. E a crise internacional também faz o dólar subir", diz Ures Folchini, vice-presidente de Tesouraria do banco WestLB.

O sócio da Humaitá Investimentos, Guido Chagas, lembra que a saída de dólares aumentou desde o início do mês. Na Bolsa, nos primeiros dias de maio o fluxo diário de saída de recursos estrangeiros estava entre US$ 200 a US$ 300 milhões.

"É o investidor que ganhou com a alta das ações no início do ano e agora está batendo em retirada", diz Chagas.

Outros fatores

A perda de maioria parlamentar do partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, nas eleições regionais da Renânia do Norte-Westfália também contribui para a queda das ações nesta segunda-feira. O partido conservador de Merkel, a União Democrata Cristã (UDC), teve o pior desempenho eleitoral no estado mais populoso do país. O Partido Social Democrata (SPD), de centro-esquerda, formou maioria para governo de maneira estável com o Partido Verde local. O receio é que a eleição na Renânia do Norte-Westfália fortaleça a esquerda e a oposição no país às medidas de austeridade para a recuperação econômica da União Europeia, que têm em Merkel a principal avalista.

Outro fator que pesava negativamente nas bolsas é a desaceleração da economia chinesa. Em um indicativo de que o freio na atividade econômica do país está mais forte do que o desejado pelo governo, o Banco Popular da China liberou a quantidade de depósitos compulsórios para incentivar os bancos a aumentar os empréstimos.

As perdas eram mais fortes na Bolsa de Milão, com recuo de 3,13% no índice FTSE MIB por volta de 8h. Em Madri, o IBEX 35 recuava 2,59%. Em Frankfurt, o DAX perdia 2,11%. A desvalorização também era acentuada na Bolsa de Paris, com tombo de 2,36% no índice DAX. Em Londres, o FTSE 100 recuava 2,12%.

No domingo, as últimas negociações em Atenas para a formação de um governo de coalizão fracassaram, o que colocou o país sob um impasse político e só fez aumentar a chance de a Grécia deixar a zona do euro. Na tarde desta segunda-feira, o presidente grego Karolos Papoulias continuará as conversas com os líderes políticos do país para tentar formar um novo governo, mas o mais provável é que novas eleições sejam realizadas.

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