A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registra uma forte queda nesta quarta-feira (22), seguindo a onda negativa mundial com o aumento da possibilidade de recessão nas economias européias. Às 16h30, o indicador Ibovespa - principal referência para o mercado brasileiro - apontava baixa de 9,16%, aos 35.468 pontos. Às 15h38, o índice chegou a marcar queda de 9,50%.
Um dos motivos do cenário pessimista é a admissão do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, de que o Reino Unido não escapará da recessão. "Depois de ter adotado ações no sistema bancário, agora devemos adotar ações para enfrentar a recessão financeira mundial, que provavelmente provocará uma recessão na Grã-Bretanha", afirmou o líder inglês.
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Novos resultados negativos de empresas também colocam pressão nos índices e fazem os indicadores da Bolsa de Nova York apontarem para baixo. O banco Wachovia anunciou prejuízo recorde de US$ 23,9 bilhões nesta quarta. A fabricante de aeronaves Boeing também teve recuo de 38% em seus resultados.
Bolsas da Ásia fecham em forte baixa
Das 49 companhias americanas que anunciaram previsões de resultados entre segunda-feira à noite e terça-feira, 45% foram negativos, 30% de acordo com as expectativas, 21% moderados e apenas 3% positivos.
No Brasil, os investidores acompanham o anúncio de medidas do governo contra a crise financeira. Nesta quarta, uma Medida Provisória autorizou o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal a comprar participações em outras instituições financeiras no país. Em coletiva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que 'não tem banco quebrando no país'.
Na Argentina, o índice Merval da Bolsa de Buenos Aires desaba 11,57% nesta quarta, depois do plano de nacionalizaçao do sistema de previdência privada argentino anunciado ontem. Na véspera, o Merval já havia recuado 10,99%.
Quedas mundiais
Como conseqüencia, as bolsas no exterior registraram fortes baixas. Na Europa, o índice FTSE-100, da bolsa de Londres, encerrou o pregão em baixa de 4,46%.
A situação se repetiu na Ásia. O pior desempenho ocorreu em Tóquio, onde o índice Nikkei, que registrou pequeno lucro no pregão de terça (21), perdeu 6,79% e fechou o dia em 8.674,69 pontos. Foi a décima pior queda percentual desde a criação do indicador, em 1950.