A notícia de que o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), anulou a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff causou estragos no mercado financeiro.
Logo após o anúncio, no fim da manhã desta segunda-feira (9), o Ibovespa – principal termômetro dos negócios na BM&FBovespa – despencou. O dólar, em sentido oposto, disparou.
Na hora seguinte, no entanto, os indicadores refluíram um pouco. No mercado de câmbio, após subir 4,75%, para R$ 3,675, o dólar à vista subia 1,75%, a R$ 3,570 há pouco. O dólar comercial, que chegou a subir no mesmo ritmo, ganhava 1,88%, a R$ 3,571. Após bater a mínima de 49.907 pontos (-3,50%), o Ibovespa operava há pouco em baixa de 2,30%, aos 50.528 pontos. EM TEMPO REAL: Acompanhe as cotações da bolsa, dólar e euro
Antes da notícia, o Ibovespa já operava em queda de mais de 1,8% e o dólar subia cerca de 0,5% ante o real nesta sessão, pressionados pela queda das commodities e dados ruins sobre o comércio exterior da China.
A informação sobre a anulação do processo de impeachment pegou os investidores de surpresa, já que o afastamento da presidente – que seria votado pelo plenário do Senado na quarta-feira (11) – era dado como certo.
Ações
No mercado acionário, o impacto mais evidente foi sobre estatais. Os papéis PN da Petrobras recuavam 7,83%, a R$ 9,29, e os ON, -7,81%, a R$ 11,92. No setor financeiro, Banco do Brasil ON recuava 3,47%; Itaú Unibanco PN perdia 1,77%; Bradesco PN, -1,93%; Santander Unit, -0,43%; e BM&FBovespa ON, -1,09%. As ações da Vale perdiam 7,91% (PNA), a R$ 12,45, e 9,36%, a R$ 15,30 (ON).
Juros futuros
No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subia de 13,675% para 13,740; o DI para janeiro de 2021 avançava de 12,580% para 12,800%. Além disso, o boletim semanal Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou piora nas estimativas de inflação para este ano. O CDS (credit default swap), indicador da percepção de risco do país, avançava 2,21%, aos 348,994 pontos.
Reação
A reação negativa tem a ver com a expectativa do mercado financeiro de que a presidente fosse afastada do cargo ainda nesta semana. Os investidores nutrem a esperança de que a queda de Dilma e a ascensão de Michel Temer possam levar a um processo de ajuste nas contas públicas e à melhora dos indicadores econômicos, provocada, num primeiro momento, pela melhora da confiança na economia.
Vícios
Acolhendo recurso da Advocacia-Geral da União (AGU), Maranhão derrubou as sessões da Câmara que trataram do processo, entre os dias 15 e 17 de abril, e pede que o processo volte à casa. O impeachment já estava no Senado: foi aprovado por comissão especial na semana passada, e seria votado pelo plenário nesta quarta-feira (11).
O presidente interino da Câmara apontou, entre os motivos para a anulação, vícios que teriam tornado as sessões nulas. “Não poderiam os partidos políticos ter fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, afirmou Maranhão, em nota.
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