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Cotação

Dólar em baixa dificulta vida de imigrantes brasileiros nos EUA

Enquanto quem quer viajar para o exterior comemora a queda do dólar frente ao real, os brasileiros que vivem fora do país, especialmente nos Estados Unidos, e têm contas a pagar na terra natal não têm motivos para festa. Somente em maio, a moeda americana caiu 4,9% e, nos últimos 12 meses, se desvalorizou cerca de 15%.

A brasileira Delma Clark, que vive na cidade americana de Boston, desde 1996, sentiu no bolso a baixa do dólar. Ela comprou um apartamento na cidade fluminense de Campos, em 1º de março deste ano. Desde então, a desvalorização da moeda americana frente ao real já foi de 7,46% (em relação ao fechamento de sexta-feira, 8 de junho).

Delma achou que o dólar já estava muito baixo quando assinou o contrato e a tendência era de que a cotação subisse. Por isso, pediu a seus familiares que moram no Brasil que adiantassem a entrada do imóvel, de R$ 15 mil, que ela depois pagaria.

Agora, Delma quer pagar o empréstimo e terá de desembolsar quase US$ 600 a mais só para pagar a entrada. Pela cotação do dia da compra, Delma teria de enviar à família, que fez a compra para ela, US$ 7.082 mil. Já pelo câmbio de fechamento dessa terça-feira, o valor subiu para US$ 7.653.

Além disso, o valor total do imóvel é de R$ 130 mil, que foram parcelados em 48 vezes e a brasileira já começa a se preocupar com as próximas prestações.

- Definitivamente, não é mais tão fácil se fazer dinheiro na América. Além de já haver muitos brasileiros aqui disputando os empregos, o dólar já não é tão forte quanto costumava ser - lamentou a brasileira de 51 anos, que comprou o imóvel em construção para alugá-lo futuramente e ter uma renda de aposentadoria quando voltar ao Brasil.

O movimento de brasileiros que envia dinheiro para o Brasil por meio de casas de câmbio também caiu no último mês devido à desvalorização do dólar. Segundo o funcionário de uma casa de câmbio na Zona Sul do Rio, que pediu para não ser identificado, as remessas caíram 30% em maio. Ele conta que, em média, o público da agência é de imigrantes ilegais que moram nos Estados Unidos e enviam de US$ 100 a US$ 200 por semana para ajudar as famílias que ficaram no Brasil.

- Não sei se eles estão esperando para ver se o câmbio melhora ou se estão enviando por outros meios, mas o movimento caiu - disse o funcionário.

Os números das remessas oficiais de dólares de brasileiros do exterior para o Brasil em maio, calculados pelo Banco Central, ainda não foi divulgado.

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