Nesta sexta-feira (13), o dólar bateu R$ 3,28, tanto considerando o preço da moeda americana à vista, usada como referência para negociações no mercado financeiro, quanto de comercial, utilizada no comércio exterior.
Em sete casas de câmbio da cidade de São Paulo consultadas pela reportagem, no entanto, o valor pago pelo turista é maior.
As instituições financeiras têm a prerrogativa de atribuir o valor que desejarem à moeda, que é um produto como qualquer outro. Por isso, é importante pesquisar e comparar preços antes de comprar.
O dólar turismo em espécie, por volta das 13h30, variava entre R$ 3,36 e R$ 3,48. No cartão pré-pago, o preço ia de R$ 3,55 a R$ 3,66. Os valores já consideram imposto – IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de 0,38% para compra de dinheiro vivo e de 6,38% no cartão – e não incluem taxas de serviços, cobradas por algumas empresas.
Assim, o cliente que precisar comprar US$ 1.000 em espécie, por exemplo, terá de desembolsar até R$ 3.480. Já no cartão pré-pago, até R$ 3.660.
Causa e efeito
Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, o principal motivo para a desvalorização do real é a crise política que pode “prolongar a crise econômica”.
“Os protestos do próximo domingo (15) podem abalar ainda mais a popularidade da presidente Dilma Rousseff e dificultar a implementação das medidas de ajuste fiscal necessárias para colocar as contas do governo em uma trajetória sustentável e, assim, evitar o rebaixamento da nota de crédito brasileira pelas agências de classificação de risco”, diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil.
Mas não são só as tensões domésticas que impulsionam o dólar ante o real. O cenário externo também contribui para a forte valorização da moeda americana. Das 24 principais moedas de países emergentes, 21 se desvalorizam em relação ao dólar nesta manhã.
Na semana que vem ocorre a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e analistas esperam que a autoridade monetária retire de seu comunicado a palavra “paciente” ao se referir a um possível aumento da taxa de juros nos Estados Unidos.
Uma elevação dos juros deixa os títulos americanos – considerados de baixo risco e cuja remuneração acompanha a oscilação da taxa- mais atraentes aos investidores internacionais, que preferem aplicar seus dólares lá a levar os recursos para países de maior risco – como emergentes, incluindo o Brasil.
Diante da perspectiva de entrada menor de dólares no Brasil, o preço da moeda americana sobe em relação ao real.
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