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| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O mercado financeiro repercutiu com cautela nesta quinta-feira (10) a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de colocar a nota de crédito do Brasil em observação para possível rebaixamento.

Os investidores já esperam que o país perca o selo de bom pagador concedido por outra agência de risco além da Standard & Poor’s, que retirou o grau de investimento do Brasil neste ano, por isso o impacto da notícia é limitado, segundo economistas.

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A expectativa foi corroborada recentemente com o aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A crise política tem atrapalhado a aprovação de medidas fiscais consideradas essenciais para que o país consiga reequilibrar as contas públicas.

Preços

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,84%, para R$ 3,767 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subiu 1,55%, para R$ 3,799. Apesar das altas, ambas as cotações fecharam abaixo das máximas registradas durante a sessão, na casa de R$ 3,81.

Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subiu contra 17 -o real foi a segunda que mais perdeu força contra a divisa dos Estados Unidos, atrás apenas do rand sul-africano.

Por ora, a nota de crédito do Brasil na Moody’s permanece “Baa3”, último degrau entre os ratings de “bons pagadores”, segundo a escala da agência. A Moody’s vai decidir se mantém esta avaliação ou se reduz a nota para grau especulativo em até três meses.

Um corte deixaria o país com grau especulativo em duas das três mais importantes agências de risco do mundo, o que forçaria grandes fundos a retirar investimentos alocados em ativos brasileiros. A saída de moeda estrangeira do Brasil encareceria ainda mais o dólar.

O governo teme que outra agência, a Fitch, também retire o selo de bom pagador concedido por ela ao país. A Fitch colocou a nota brasileira a um passo da perda do grau de investimento (perspectiva negativa) em outubro.

Leilões

O Banco Central do Brasil vendeu nesta tarde US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2 de fevereiro e 2 de junho de 2016. O reforço de liquidez não foi suficiente para reduzir a pressão sobre a cotação da moeda americana.

Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo.

A autoridade ainda deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões.

Bolsa em baixa

O principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta quinta-feira. O Ibovespa chegou a abrir em alta, mas inverteu a tendência ainda nos primeiros minutos de negociações nesta sessão e encerrou o dia com desvalorização de 1,04%, a 45.630 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6 bilhões.

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