O dólar à vista cravou sua terceira alta consecutiva ante o real nesta segunda-feira, 21. Na variação intradia, a cotação chegou a encostar na temida marca de R$ 4, ao bater a máxima de R$ 3,9970 - maior valor desde 10 de outubro de 2002 (R$ 4,000), mas desacelerou o avanço na reta final dos negócios. O dólar à vista fechou em alta de 0,68%, cotado em R$ 3,9770. Em três dias, acumula ganho de 3,76%.
Após o Banco Central anunciar, na noite de sexta-feira (19), a realização de dois leilões de linha (venda da moeda com compromisso de recompra) para esta segunda, o dólar abriu em baixa, mas não se sustentou, virando para cima ainda na primeira hora dos negócios.
O mercado vem adotando estratégias mais defensivas com medo de que o Congresso possa derrubar nesta semana vetos da presidência a medidas que aumentam os gastos, dificultando o ajuste fiscal. Essas preocupações foram parcialmente reduzidas nesta tarde após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defender a manutenção do veto sobre o reajuste salarial dos servidores do Judiciário.
No exterior, declarações de vários membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ao longo do dia, em defesa da alta de juros no curto prazo, também puxaram o dólar para cima ante as demais divisas. Rumores de um possível rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s também influenciaram na alta do câmbio.
Ajuste fical
O governo brasileiro deve enviar ainda nesta segunda a proposta de ajuste fiscal, que dependente, em boa medida, da recriação da CPMF, que tem grande rejeição entre os parlamentares. A Fazenda defende que o imposto tenha alíquota de 0,20% e vigore por quatro anos.
Contudo, uma sinalização do próprio Cunha, no final da tarde, somado a um movimento de realização de lucros, produziu algum alívio no câmbio.
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