O dólar caiu quase 1% nesta quinta-feira (23) e fechou abaixo de R$ 3 pela primeira vez desde o início de março, com os investidores testando um novo piso para a moeda norte-americana.
O movimento foi amparado pela queda do dólar no mercado internacional, que recuava cerca de 0,7% ante uma cesta de moedas.
A dólar recuou 0,89%, a R$ 2,9816 na venda, na menor cotação de fechamento desde 4 de março, quando encerrou a R$ 2,9807. Segundo dados da BM&FBovespa, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.
“O efeito psicológico dos R$ 3 acabou sendo rompido com o dólar aqui acompanhando o exterior”, disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Durante a maior parte da manhã, a moeda norte-americana foi negociada em alta, reagindo aos dados divulgados na véspera da Petrobras. Na máxima da sessão, chegou a subir 0,89%, a R$ 3,0352.
Balanço
Na noite de quarta-feira, a petroleira estatal divulgou o balanço auditado de 2014, mostrando prejuízo de R$ 21,6 bilhões, afetado por perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção e queda em mais de R$ 44 bilhões no valor de seus ativos.
Analistas destacaram negativamente dados relacionados ao endividamento da estatal e perspectivas quanto ao fluxo de caixa, bem como o anúncio de não pagamento de dividendos, embora tenham considerado que a divulgação dos resultados auditados traz um “alívio”.
Novo patamar
Além do balanço da Petrobras, o mercado também foi guiado pela briga para romper a barreira técnica dos R$ 3.
“Foi operação em cima de suporte. Rompido esse patamar (de R$ 3), o mercado vai buscar novo patamar mais baixo”, disse o sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi.
“O mercado pode tentar buscar o novo piso, de cerca de R$ 2,95, mas acho que não se sustenta”, disse Petrassi, acrescentando que os fundamentos da economia brasileira permanecem ruins, o que não condiz com um dólar mais barato.
Swap cambial
Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta integral de até 10,6 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 4 de maio, equivalentes a US$ 10,115 bilhões. Até o momento, a autoridade monetária já rolou cerca de 76% do lote total.