O dólar subiu mais de 1% e fechou acima de 1,80 real nesta segunda-feira, pressionado pela preocupação com o déficit dos Estados Unidos e pela crise da dívida na zona do euro.
A moeda norte-americana avançou 1,68%, a 1,8130 real para venda. É a maior cotação de fechamento desde 5 de outubro, quando a taxa de câmbio fechou a 1,8315 real.
Moedas de outros países emergentes ou com economia ligada a commodities, como o peso mexicano e o dólar australiano, também se desvalorizaram em mais de 1% por causa do aumento da aversão a risco no mercado global.
As bolsas norte-americanas caíam mais de 2% após um comitê suprapartidário fracassar em definir cortes de gastos no Orçamento dos Estados Unidos. Em agosto, a agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a nota da dívida do país de "AAA" para "AA+" por causa do crescente déficit orçamentário.
Enquanto isso, na Europa, investidores continuaram preocupados com o contágio da crise da dívida de Grécia e Itália sobre os países centrais da zona do euro. Dados do Banco Central Europeu (BCE) mostraram um aumento das compras de bônus soberanos pela autoridade monetária a 8 bilhões de euros na semana passada.
No Brasil, o fluxo de capitais tem se mantido sem sobressaltos apesar da volatilidade no exterior. De acordo com o diretor de derivativos de uma corretora em São Paulo, exportadores e tesourarias têm continuado a vender dólares no mercado à vista, o que mantém a liquidez no mercado. Para se proteger da crise externa, porém, compram dólares a futuro.
Na terça-feira, o Banco Central (BC) divulga os dados do balanço de pagamentos do país em outubro. A mediana da previsão de 12 analistas consultados pela Reuters é de um déficit de 3,5 bilhões de dólares nas transações correntes no mês passado.
A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,8061 real para venda, em alta de 1,91% ante sexta-feira.
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