A crise instalada entre Planalto e Congresso segue contaminando o humor dos mercados domésticos e levou o dólar à vista a ultrapassar os R$ 3,00 na sessão desta quinta-feira (5), em meio ao risco de que a disputa política ameace a implementação das medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo.

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No exterior, o forte viés de alta para a moeda americana também contribuiu para a trajetória de valorização da divisa por aqui. Além disso, segundo analistas, a atuação de especuladores influenciou o movimento da moeda americana, em uma tentativa de testar a disposição do Banco Central de intervir no mercado via leilões, com o objetivo de conter a disparada.

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O dólar à vista terminou o dia em alta de 1,01%, aos R$ 3,0090, o maior preço desde 13 de agosto de 2004 (R$ 3,021). Na mínima, ficou em R$ 2,9790 (estável) enquanto, na máxima, marcou R$ 3,0210 (+1,41%). Nesses quatro dias úteis de março, a moeda já acumula valorização de 5,36% e, em 2015, sobe 13,33%. No mercado futuro, às 16h37, o dólar para abril tinha valorização de 1,05%, a R$ 3,0330.

A perspectiva de rebaixamento da nota do Brasil por agências de classificação de risco também influenciou o câmbio, afugentando investidores externos. E, com a perspectiva de menor entrada de dólares no país, o preço da moeda sobe em relação ao real. “Há um time de agência de classificação de risco no Brasil [Standard & Poor´s já desembarcou e Fitch está a caminho, conforme antecipou a Folha de S.Paulo] reavaliando da nota do país. Ao mesmo tempo, o ministro da Fazenda tenta fazer o ajuste fiscal, mas a cena política não deixa”, ressalta Fabiano Rufato, gerente-sênior da mesa de câmbio da corretora Western Union. Já o aumento do juro básico (taxa Selic) foi praticamente desconsiderado pelo mercado.