O dólar voltou a fechar acima dos R$ 2,10 nesta sexta-feira, depois de ter encerrado por quatro sessões abaixo desse patamar, impulsionado pela atuação mais forte do Banco Central.

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A moeda norte-americana encerrou em alta de 0,72 por cento, vendida a R$ 2,109. A cotação manteve-se praticamente inalterada durante o dia, mas o leilão de compra de dólares do BC deu impulso à divisa na última hora de negócios.

Com isso, o dólar acabou acumulando na semana leve alta de 0,14 por cento. Nas últimas sessões, a moeda chegou a ser vendida a R$ 2,080 durante os negócios, o menor patamar em nove meses.

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``O BC está comprando bem mais forte e os bancos acabam ficando mais precavidos, eventualmente não ficam tão vendidos (no mercado futuro)'', afirmou Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação.

Nesta sexta-feira, a autoridade monetária definiu a taxa de corte para o leilão em R$ 2,102, e aceitou ao menos 12 propostas.

Sidnei Nehme, diretor executivo da corretora NGO, tem análise parecida. ``Sabendo q o BC está voraz, não adianta apostar na baixa'', afirmou.

``Tem que ser observado se os próprios bancos não estão segurando um pouco para que o BC entre, leve uma parte do fluxo do dia e mais um pouco das posições (vendidas) deles'', acrescentou.

A avaliação de que o mercado futuro é o principal cenário de arbitragem para a cotação do dólar é compartilhada pelo próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega.

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Na quinta-feira, ao justificar sua opinião contra um controle de capitais, Mantega disse que ``é inadequado você fazer esse controle porque onde se verificam os movimentos, as operações cambiais, não é mais no mercado à vista, é no mercado futuro''.

Battistel também citou o comportamento da moeda norte-americana no mercado global para justificar a alta. ``As moedas estavam se desvalorizando frente ao dólar, o real acaba acompanhando'', disse.

Ele ressalta, porém, que a alta do dólar nesta sessão não é suficiente para aliviar as preocupações de exportadores.

Os leilões diários de compra do BC ajudam a enxugar a liquidez do mercado, em grande parte engrossada por dólares provenientes de exportações, evitando uma queda acentuada na cotação que poderia prejudicar justamente o setor exportador.

A autoridade monetária, porém, nega que tenha uma meta cambial definida, e justifica sua atuação como parte de seu programa de recomposição de reservas internacionais, que já estão em patamar histórico. Na quinta-feira, o BC registrava 93,39 bilhões de dólares em reservas.

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