O dólar sofreu pressão compradora mais forte e fechou com a maior alta de janeiro. A moeda americana subiu 1,67% e terminou o dia valendo R$ 2,310 na compra e R$ 2,312 na venda. O cenário internacional foi influência negativa e desencadeou um movimento de realização de lucros na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nesta terça-feira. A bolsa encerrou o dia em queda de 1,12%, com o Índice Bovespa em 36.119 pontos. Os negócios somaram R$ 2,309 bilhões.
BOVESPA - A alta dos preços do petróleo no mercado internacional abalou as bolsas européias e americanas, não deixando chances ao mercado brasileiro. O fato de a Bovespa estar operando em seus picos históricos torna irresistível a realização de lucros para os investidores estrangeiros.
Com isso, o mercado de ações minimizou as especulações em torno de um core de 1 ponto percentual na taxa Selic, que ajudaram a pressionar o dólar. Apesar da queda, o cenário continua favorável para o mercado acionário, garantem os profissionais do mercado.
Petrobras PN, ação mais importante do Ibovespa, fechou com baixa de 1,49%. Entre as ações do Índice Bovespa, as maiores baixas foram de Brasil Telecom PN (-4,76%) e CRT Celular PNA (-4,29%).
DÓLAR - Mais de um motivo contribuiu para a subida do dólar. O mau humor do mercado externo diante da alta do petróleo foi um deles. A valorização da moeda americana frente ao euro foi outro. Internamente, o ingresso de recursos externos foi menor, e o Banco Central continuou a comprar dólares nos mercados à vista e futuro.
Para Shiguemi Fujisaki, diretor de câmbio da corretora Socopa, nenhum desses fatores de pressão teria força suficiente para levar o dólar a uma alta tão significativa. Ele insere nesse cenário uma especulação dos investidores em relação à queda dos juros no Brasil. Segundo o analista, foi forte a expectativa em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
De acordo com Fujisaki, embora improvável, um corte de 1 ponto percentual na taxa Selic não deixou de ser considerado nos mercados, como uma forma de aumentar o ritmo de redução dos juros. Ele lembra que o mercado também especula com a possibilidade de o Banco Central elaborar medidas para incentivar a apreciação do dólar.
- A reunião do Copom é o evento mais esperado da semana e sabemos que a política monetária será fortemente atacada neste ano de eleições. É natural que haja especulação - disse o analista.
RISCO - O risco-país brasileiro, medido pelo EMBI+ Brasil, fechou aos 291 pontos centesimais nesta terça-feira, com alta de 2 pontos no dia. O indicador foi criado pelo banco de investimentos JP Morgan e mede o grau de confiança do investidor estrangeiro nos países emergentes.
O cálculo é feito a partir da diferença entre os juros pagos pelos títulos do Tesouro americano e os dos países avaliados. Na Argentina, o risco-país subiu 7 pontos, para 473 pontos centesimais.
JUROS: As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em baixa nos principais vencimentos neste primeiro dia da reunião do Copom. Os negócios do mercado futuro mostram que não há consenso entre as apostas para o corte da taxa Selic, hoje de 18% ao ano.
A média efetiva das apostas apontou uma redução de 0,61 ponto percentual na taxa básica, com base no Depósito Interfinanceiro (DI) de fevereiro. Isso mostra que a aposta em um corte de 0,50 ponto na Selic leva uma pequena vantagem em relação aos prognósticos de uma queda de 0,75 ponto. Na pesquisa do Banco Central, no entanto, a aposta majoritária dos analistas é para o corte maior.
O DI de abril fechou com taxa de 17,12% ao ano, contra 17,16% do fechamento de segunda-feira. O vencimento de outubro teve a taxa reduzida de 16,23% para 16,21% anuais. A taxa de janeiro recuou de 16,01% para 15,99% anuais.
PARALELO - O dólar paralelo negociado em São Paulo terminou o dia estável, cotado a R$ 2,37 na compra e R$ 2,47 na venda. O dólar turismo subiu 0,42%, a R$ 2,22 na compra e R$ 2,37 na venda.