A volatilidade internacional dominou o mercado de câmbio nesta quinta-feira, com o dólar fechando em leve alta frente ao real após um aumento da aversão ao risco por conta dos persistentes problemas fiscais na Grécia.
A moeda norte-americana subiu 0,27 por cento, a 1,831 real. Na máxima do dia, pela manhã, o dólar chegou a atingir 1,839 real, mas perdeu força no fim da tarde, com uma leve melhora no ambiente internacional.
A agência de classificação de risco Moody's alertou que, somente se conseguir colocar em prática o plano fiscal, a Grécia terá seu rating estabilizado. Na véspera, a Standard & Poor's já havia afirmado que o país pode sofrer uma redução da nota de sua dívida soberana dentro de um mês.
Além disso, a situação da Grécia foi vista com ceticismo por inspetores da União Europeia, que avaliam a capacidade do país em cumprir a meta de redução do déficit.
Cauteloso, parte do mercado preferiu se desfazer de ativos mais arriscados, como ações, moedas de países emergentes e commodities. As principais bolsas de valores passaram o dia em terreno negativo, apesar de alguma melhora de Wall Street no final da tarde, e o índice Reuters-Jefferies de matérias-primas recuava mais de 1 por cento.
"Os emergentes todos estão piores. A moeda da Austrália, por exemplo, também está ruim", disse Carlos Allievi Jr., gestor da Infinity Asset. O dólar australiano ainda caía 0,7 por cento no fim da tarde, apesar da melhora internacional, que colocava o euro perto da estabilidade ante o dólar.
Pesou também sobre o mercado global o aumento inesperado dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada. As solicitações subiram de 474 mil para 496 mil.
Allievi comentou que a taxa de câmbio também pode ter sido influenciada no final da sessão pelo vencimento de contratos futuros da BM&FBovespa, que ocorre na sexta-feira, último dia útil do mês.
A maior parte da rolagem, contudo, deve ser realizada na primeira metade da próxima sessão, avaliam profissionais de mercado.
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