O dólar fechou em alta nesta sexta-feira, dia em que o Banco Central anunciou atuação no câmbio em três frentes. A autoridade monetária fez dois leilões de compra à vista, um leilão surpresa de swap cambial reverso e anunciou leilão de compra a termo para segunda-feira.
Após ter cedido durante a manhã em meio a ingressos de recursos, o dólar terminou o dia com valorização de 0,36 por cento, a 1,676 dólar.
No horário de fechamento do mercado local, o dólar subia 0,41 por cento frente a uma cesta de moedas, enquanto o euro caía 0,36 por cento, a 1,3592 dólar.
"Hoje foram duas coisas específicas que pressionaram o mercado: primeiro o dólar lá fora que está ganhando das principais moedas e a outra são as atuações do BC", resumiu Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
"É preciso avaliar o quanto o Banco Central comprou no mercado. Mas como hoje tinha ajuda do mercado internacional, é mais fácil induzir uma alta do dólar", completou.
Assim como vem fazendo nas últimas sessões, o Banco Central promoveu dois leilões de compra de dólares à vista, com taxas de corte de 1,6710 real e 1,6771 real.
Logo após a abertura do mercado, o BC anunciou que fará na segunda-feira mais três leilões de compra de dólares a termo, com liquidações em 16 de fevereiro, 23 de fevereiro e 9 de março.
No final da manhã, a autoridade monetária surpreendeu ao anunciar um leilão de swap cambial reverso poucos minutos antes do início da operação. No leilão, que equivale a uma compra futura de dólares, foi vendido 71 por cento da oferta total de 20 mil contratos. O volume financeiro equivaleu a 706,7 milhões de dólares.
Alguns analistas afirmam que o mercado prefere quando o Banco Central anuncia o leilão de swap um dia antes, para que os players tenham tempo de forçar a cotação para cima.
"O resultado também sugere uma fadiga dos instrumentos utilizados pelo Banco Central para deter os ganhos do real. Os instrumentos não estão sendo efetivos", afirmou Pedro Tuesta, economista sênior da 4Cast Consultoria, em Washington.
A agenda do dia foi fraca, contando apenas com os dados de emprego nos Estados Unidos. A economia norte-americana abriu apenas 36 mil postos de trabalho em janeiro, contra expectativa de 145 mil empregos.
A taxa de desemprego, porém, apurada por pesquisa diferente, caiu para 9,0 por cento, a menor desde abril de 2009. O Departamento de Trabalho dos EUA alertou que as fortes nevascas que atingiram o país afetaram os dados.