O dólar comercial fechou novamente em alta, pelo terceiro dia consecutivo. A moeda americana encerrou a quarta-feira com valorização de 0,83% frente ao real, a R$ 2,184 na compra e R$ 2,186 na venda. Na máxima, chegou a subir 1,20%, para R$ 2,194 na venda. Somente nesta semana, o dólar já subiu 3,5%. Valia R$ 2,112 na sexta-feira passada (cotação para a venda).
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tinha às 17h09m queda de 0,56% (37.207 pontos). Na mínima do dia, a bolsa paulista chegou a 36.446 pontos, com queda de 2,61% sobre o fechamento de ontem, terça-feira. Os negócios se recuperaram um pouco no final da tarde, mas o pessimismo com a expectativa de alta dos juros americanos tomou novamente conta dos investidores, como nos dias anteriores.
As incertezas do cenário externo foram uma oportunidade para a realização de lucro na bolsa e ajuste de posição no dólar, mas, sem dúvida, os investidores ficaram preocupados com a alta dos juros nos Estados Unidos, Europa e Japão. É natural que os países emergentes percam aplicações quando os juros nos países desenvolvidos, que representam um porto bem mais seguro, sobem.
Esse movimento ocorre desde segunda-feira, deixando para segundo plano a decisão sobre as taxas de juros no Brasil. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deve anunciar no início da noite a nova taxa básica no país. Será a sexta queda consecutiva da Selic, se as previsões do mercado se confirmarem. A taxa está atualmente em 17,25% ao ano e vem caindo desde setembro do ano passado. Neste ano, as reuniões do Copom ocorrem a cada um mês e meio.
- Na semana passada, o corte de 1 ponto era mais factível. Com o mercado externo mais incerto, o Banco Central poderá optar pela continuidade do conservadorismo - disse Vladimir Caramaschi, analista da Corretora Fator Doria Atherino.
Segundo ele, provavelmente, a queda da Selic vai continuar nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária, mas de uma maneira mais gradual. Ele acredita que os técnicos do Banco Central vão reduzir a Selic nas próximas três reuniões, pelo menos.
No dia da reunião do Copom, os juros futuros fecharam novamente em alta nos contratos de longo prazo na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O Depósito Interfinanceiro de janeiro de 2007, o mais líquido, ficou em 15,30%, contra 15,25% no fechamento anterior (+0,33%). Para julho e outubro de 2006, a taxa passou, respectivamente, de 15,91% para 15,94% (+0,19%) e de 15,50% para 15,54% (+0,26%). O contrato de abril de 2006 ficou em 16,52%, ante 16,53% (-0,06%).
O Banco Central realizou nesta quarta-feira, depois de dois dias, o leilão de compra de dólares no mercado à vista, mas aceitou apenas uma proposta, com a taxa de corte de R$ 2,173. O tradicional leilão de swap cambial reverso foi suspenso hoje, depois de ocorrer diariamente desde dezembro do ano passado (só não aconteceu nos feriados e final de semana).
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