O dólar comercial fechou com alta de 4,16% nesta segunda-feira, cotado a R$ 2,298 para compra e R$ 2,302 para venda, o maior patamar desde 19 de janeiro (R$ 2,328). Durante o dia, a moeda americana chegou a subir 4,97%, para R$ 2,32.Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para junho alcançou R$ 2,327 e atingiu o limite de alta permitido para um dia, de 5%. Quando isso acontece, os negócios só podem prosseguir com valores inferiores.

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Analistas atribuem a alta da moeda americana à saída de recursos da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que acompanha o mercado internacional e sofre com a venda de ações há mais de uma semana. As bolsas de todo o mundo começaram a cair após o dia 10 de maio, quando o Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou o juro básico do país e deixou a porta aberta para novas altas

Há quem afirme, no entanto, que o câmbio também foi pressionado pelos planos da equipe econômica de implementar medidas para segurar o preço da moeda - a tendência de queda, até a primeira semana de maio, era tida como irreversível. Para o economista Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management, mais do que as mudanças no sistema cambial, o que estaria influenciando um pouco é a vontade assumida pelo governo de ver um dólar acima do atual patamar.

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- Em um mercado que já está muito ruim, não ajudam em nada as declarações do ministro (Guido Mantega, da Fazenda) de que quer o dólar mais alto - afirmou Alexandre Póvoa, diretor da Modal Asset Management.

Reportagem publicada neste domingo pelo jornal "Folha de S.Paulo" afirma que o governo trabalha com a perspectiva de um dólar a R$ 2,40 após uma nova alta dos juros nos Estados Unidos. O ex-diretor do Banco Central Carlos Thadeu de Freitas não acredita que o dólar se sustentará nesse patamar. Sua aposta é de que a moeda vá oscilar entre R$ 2,10 e R$ 2,30.

- Acho que o dólar está refletindo esse nervosismo, mas não se sustentará nesse patamar devido à entrada de recursos oriundo das exportações e ao diferencial de juros do Brasil, que continuará a atrair investidores estrangeiros - afirmou.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central mostra que, a despeito das últimas altas, o mercado mantém a previsão média de um dólar a R$ 2,20 no fim do ano.