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O dólar à vista fechou esta segunda-feira (17) cotado a R$ 5,4221 na venda, em alta de 0,76%. O resultado voltou a ser impulsionado pelas preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal no Brasil.
O mercado manteve cautela às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, sobre a Selic, a taxa básica de juros. O Copom anunciará a decisão na quarta (19).
Esta é a maior cotação de fechamento desde 4 de janeiro de 2023 – início do governo Lula – quando encerrou em R$ 5,4513. Em junho, o dólar acumula elevação de 3,26%. No exterior, a moeda norte-americana caiu em relação às divisas fortes.
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Pela manhã, o BC vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.
Ibovespa teve queda de 0,44%
O Ibovespa encerrou o pregão em queda, destoando do desempenho dos índices acionários nos Estados Unidos. O resultado ocorre em meio à deterioração do cenário fiscal doméstico. O avanço das ações do Itaú atenuou as perdas da sessão desta segunda.
O índice de referência do mercado acionário brasileiro caiu 0,44%, a 119.137,86 pontos. Na máxima do dia, chegou a 119.663,06 pontos. Na mínima, a 118.685,10 pontos. O volume financeiro somou 17,5 bilhões de reais.
Nos Estados Unidos, os principais índices encerraram em alta, com investidores aguardando novos dados econômicos. O S&P 500 subiu 0,77%. "Se os mercados lá fora [EUA] estivessem fechados e se não tivesse o Itaú, seria um dia mais negativo", afirmou o sócio e head de análise da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino.
Expectativa com a decisão do Copom
No cenário doméstico, os agentes financeiros aguardam a decisão do Copom sobre a Selic. O mercado aposta na manutenção da Selic em 10,50% ao ano. O economista-chefe do BB, Marcelo Rebelo, considera que não há mais espaço para o Copom manter o ritmo de corte de juros.
"A reunião de junho será uma grande oportunidade, mas o risco para um deterioração adicional é alto", afirmou Rebelo em relatório de análise econômica. Diante da percepção de pausa do afrouxamento monetário, os olhares se voltarão para o placar de votação dentro do BC.
Permanece no radar o debate no Congresso sobre as medidas para compensar a desoneração da folha. Na semana passada, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte da MP do PIS/Cofins, apelidada de "MP do Fim do Mundo". O mercado também aguarda novas declarações de autoridades sobre corte de gastos.