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São Paulo – O dólar fechou ontem em alta de 1,75%, cotado a R$ 2,209. O risco-país ficou em 238 pontos, alta de 2,14% em relação ao fechamento de anteontem. Ambos se estabilizaram nesses valores no início da tarde. O anúncio de Guido Mantega para o Ministério da Fazenda, na véspera, foi o principal motivo para a disparada do dólar. O mercado, que já esperava a saída de Antônio Palocci, foi surpreendido na segunda-feira pela nomeação de Mantega – um dos menos cotados pelo mercado.

"A saída de Palocci já estava precificada, mas mudanças na economia sempre geram alvoroço. O mercado tinha expectativas diferentes quanto à nomeação e fez ajustes de posição", diz Guari Guazil, da corretora Guitta. Para Sandra Utsumi, economista-chefe do Espírito Santo Securities, o mercado abriu no escuro, com a perspectiva de mudanças na equipe da Fazenda e do Banco Central e, sobretudo, curioso sobre o pronunciamento de Mantega e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cerimônia de posse do novo ministro.

A divisa norte-americana chegou a ser cotada a R$ 2,238, com alta de quase 2,76% no início das operações. Com a valorização da moeda norte-americana, o fluxo foi positivo, sobretudo pela atuação dos exportadores. O mercado de câmbio atingiu o equilíbrio e permaneceu na cotação de R$ 2,20. A moeda resistiu ao discurso de Mantega e do presidente Lula e à divulgação da nova taxa de juros nos Estados Unidos.

Segundo Guazil, o comunicado (leia mais no box) divulgado no fim da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não trouxe novidades ao que o mercado esperava. Conforme o esperado, o comitê elevou o juro dos fed funds para 4,75% ao ano e deu sinais de que manterá o ciclo de elevações. Foi a primeira reunião do Fed após a saída de Alan Greenspan, já sob a presidência de Ben Bernanke. "O comunicado veio como o mercado esperava e a situação já estava calma por aqui. Isso ajudou a manter a taxa de câmbio", afirma Guazil.

Para os próximos dias, os investidores deverão manter a postura de cautela, esperando a definição da equipe do Ministério da Fazenda e da linha a ser adotada por Mantega. "O mercado vai acompanhar o passo-a-passo do ministro, atento ao seu perfil de atuação. A saída do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já foi descartada, mas a cautela continua", diz Guazil.

O próximo teste será a primeira reunião do Conselho Monetário (Copom) com Mantega à frente do Ministério da Fazenda, na quinta-feira. O encontro definirá a próxima TJLP. A expectativa do mercado é de taxa a 8,25% – enquanto Mantega, até então, defendia a casa dos 7%.

"A definição da TJLP vai dizer se o discurso de Mantega sobre cortes mais bruscos na taxa de juros conflitará com o BC", diz Sandra Utsumi.

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