O dólar negociado no mercado à vista -que é utilizado como referência para as negociações no mercado financeiro- fechou nesta segunda-feira (18) em alta de 0,44%, para R$ 1,989 na venda, com o mercado buscando investimentos considerados mais seguros, como a moeda americana, devido a intensificação da crise na Europa. A moeda chegou a atingir R$ 1,991 no início do dia -maior nível em quase três semanas-, depois que o Parlamento do Chipre adiou para esta terça a votação de um plano para impor uma taxa sobre os depósitos bancários no país do mar Mediterrâneo, o quinto a receber um resgate do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) desde o início da crise.
"É bem simples: com a suspeita de intensificação da crise na Europa, os investidores correram para o mercado de câmbio, buscando maior proteção", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
O dólar fechou hoje em sua sexta alta consecutiva, acumulando ganhos de 2,72% desde a segunda-feira passada. O mercado segue de olho em uma possível nova intervenção do Banco Central no câmbio, caso a cotação da moeda ultrapasse R$ 2,00, como foi visto recentemente.
"A banda que a divisa deve operar é entre R$ 1,95 e R$ 2,00, pelo menos esse é o patamar que o governo parece considerar adequado para a atual situação da economia nacional", disse Galhardo. O gerente da Treviso destacou, porém, que a autoridade pode deixar o dólar subir acima de R$ 2,00 caso esse movimento ocorra moderadamente, "com justificativa".
"O que a gente viu hoje foi que o mercado correu para o dólar quando "o clima" para as ações pesou. Isso forçou a cotação da moeda para cima. Mas, se o cenário persistir negativo para as ações e a divisa americana for subindo gradativamente, sem nenhuma alteração abrupta, é capaz que o BC não volte a atuar", afirmou.
O dólar comercial -usado para transações entre o Brasil e o exterior, como importações e exportações e remessas de empresas estrangeiras para seus países de origem- registrou alta de 0,35%, cotado a R$ 1,989 na venda.