O dólar subiu em relação a várias moedas nesta segunda-feira, movimento que impediu que o mercado voltasse a ameaçar o piso psicológico de 1,700 real. A moeda norte-americana subiu 1,23 por cento, a 1,735 real para venda.
Em outubro, porém, a queda acumulada é de 2,14 por cento.
Durante a manhã, o dólar mantinha o viés de queda, alimentado pela expectativa de um fluxo consistente de capitalpara o país. Mas, entre 11h57 e 12h53, os negócios foram prejudicados por um problema nos sistemas da BM&FBovespa.
Na volta das operações, os agentes se depararam com uma situação cada vez menos favorável a aplicações em ativos de risco. No final da tarde, o índice Reuters-Jefferies de commodities caía 0,8 por cento e o dólar subia 0,75 por cento ante uma cesta com as principais moedas.
O movimento no exterior era justificado como um ajuste provocado pela cautela de investidores em aprofundar ainda mais a queda do dólar no começo de uma semana repleta de indicadores relevantes, como a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre.
Segundo dados compilados nos EUA, as posições vendidas em dólar --que refletem uma aposta na queda da moeda norte-americana-- haviam crescido no final da semana passada, ao mesmo tempo em que a divisa caía aos menores valores em mais de um ano diante de várias divisas, como o euro.
No Brasil, os bancos são os agentes com as maiores apostas na queda da moeda norte-americana, com 6,68 bilhões de dólares em posições vendidas nos mercados futuro de dólar e cupom cambial na sexta-feira. Os estrangeiros estão na ponta inversa, com mais de 5 bilhões de dólares em posições compradas.
"Os não-residentes (estrangeiros) estão bastante comprados. Então qualquer coisa no mercado que eles achem que pode interferir é motivo para essa volatildade", disse o operador de câmbio de uma corretora nacional, que preferiu não ser identificado.
Além disso, embora a maioria dos agentes avalie que a tendência para a moeda norte-americana ainda é de queda, o comentário de vários profissionais de mercado é que, após a adoção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre capital estrangeiro, a postura do governo também impõe um componente de incerteza.
"Isso causa uma certa preocupação, efetivamente", disse André Sacconato, economista da Tendências Consultoria. "(O governo) não fechou a caixa de ferramentas."
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