O otimismo com uma solução para o impasse sobre a dívida dos Estados Unidos provocou a queda do dólar nesta terça-feira.
A moeda fechou em queda de 0,69 por cento, a 1,5657 real para venda. Às 16h30, o dólar recuava 0,67 por cento, a 1,5660 real.
A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, caiu 0,87 por cento, a 1,5691 real para venda.
O mercado deixou de lado a crise da dívida na Europa e se concentrou nos sinais de progresso nas negociações sobre o déficit dos Estados Unidos. O presidente norte-americano, Barack Obama, endossou a proposta de um grupo de seis senadores dos partidos Republicano e Democrata, o que foi visto como um avanço no sentido de se evitar um calote de parte da dívida norte-americana.
"Hoje não teve aversão a risco, então os investidores não foram à procura do dólar", disse Victor Asdourian, operador da corretora Hencorp Commcor.
A perspectiva de continuidade da entrada de capitais no país também favoreceu a baixa da moeda, com a estimativa de uma oferta inicial de ações de até 2,7 bilhões de reais da Copersucar, segundo o IFR, serviço de informações financeiras da Thomson Reuters.
"Pode haver um fluxo de cerca de 1 bilhão de dólares gerado por essa operação", disse Diego Donadio, estrategista do banco francês BNP Paribas.
O Banco Central (BC) atualiza os dados sobre o fluxo cambial de julho nesta quarta-feira, às 12h30. Até o dia 8, o superávit cambial era de 1,521 bilhão de dólares.
A quarta-feira também terá a reunião de política monetária do BC, que deve elevar em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros. Segundo Donadio, um comunicado da autoridade monetária que indique futuras altas da Selic pode ajudar o dólar a cair a 1,55 real "porque o mercado está considerando mais a possibilidade de um comunicado brando."
O BC fez uma compra de dólares no mercado à vista, com taxa de corte de 1,5663 real.