O dólar comercial deu seqüência nesta segunda-feira à trajetória de queda iniciada na semana passada. A moeda americana encerrou o dia com desvalorização de 1,15% frente ao real, cotada a R$ 2,138 na compra e R$ 2,140 na venda. Foi a terceira queda consecutiva. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) começou o mês de abril em alta. O Ibovespa encerrou a segunda-feira com elevação de 2,02%. Com a quarta alta consecutiva, o índice voltou para 38.717 pontos. O volume financeiro hoje chegou a R$ 2,233 bilhões. No ano, a Bovespa acumula ganho de 15,73%.
- A bolsa paulista teve uma boa performance, acompanhando os negócios em Nova York, principalmente pela manhã. O índice se recupera com a melhora na percepção de risco Brasil e na queda do dólar e do juro - afirmou Bruno Garcia, analista da ARX Capital Management.
Para ele, os investidores também ficaram mais animados ao constatarem que não haverá mudanças na política econômica, mesmo com a troca de ministro na Fazenda. Na semana passada, o mercado financeiro ficou bastante estressado com a chegada de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Depois, acabou se acalmando com as demonstrações do governo de que não haverá mudanças na política monetária.
Entre as principais altas na bolsa estiveram Souza Cruz ON (8,27%), Ipiranga Pet PN (7,65%) e Light ON (5,49%). Entre as quedas estiveram Tran Paulista PN (3,19%), Braskem PNA (2,60%) e Comgas PNA (2,29%). As ações da Light se recuperam depois da forte queda que tiveram na semana passada, quando foi anunciada a venda da empresa.
O risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, registrava às 18h15m desta segunda-feira 234 pontos, um ponto a menos que no fechamento de sexta-feira. Na máxima, o EMBI+ brasileiro atingiu 237 pontos e na mínima foi a 233. Os títulos brasileiros negociados no exterior tiveram pequena alta. O Global 40, título de 40 anos, subiu 0,10%, para 128,50% do valor de face. O A Bond subiu 0,12%, para 108,63% do seu preço.
A queda do juro americano à tarde minimizou a alta do preço do petróleo, que se aproximou de recordes históricos registrados em agosto do ano passado, logo depois da passagem do furação Katrica pelos Estados Unidos. José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Corretora Novação, disse que o mercado costuma sempre acompanhar o pior cenário e, por isso, a rentabilidade dos títulos do Tesouro americano está em evidência.
- O juro americano é a bola da vez e, por isso, o petróleo ficou de lado disse Carreira.
Hoje, o dólar abriu em alta, acompanhando as taxas nos Estados Unidos, mas passou para o campo negativo logo em seguida, quando a rentabilidade dos treasuries diminuiu. Para Carreira, o leilão do Banco Central para a compra de dólares no mercado à vista pouco influenciou o mercado. Nesta segunda-feira, depois de uma semana sem fazer compras no mercado à vista, o leilão ocorreu em horário diferente: das 12h06m às 12h16m.
- Não vai ser muito difícil o dólar voltar aos R$ 2,12 ou R$ 2,10, como aconteceu semanas atrás. O volume de negócios aumentou hoje, depois que os Estados Unidos adiantaram a abertura dos pregões com o início do horário de verão - disse Carreira.
Os investidores começaram a semana de olho nos dados da atividade econômica e da inflação. Nos Estados Unidos, foi apresentado nesta segunda-feira o desempenho de março da atividade manufatureira. No Brasil, saiu a pesquisa Focus, do Banco Central. O mercado reduziu a estimativa para o IPCA de 4,57% para 4,50% ao ano. A previsão para o ano que vem também permaneceu em 4,5%. Já a previsão para a Selic no final de 2006 caiu de 14,25% para 14,13%. O levantamento é feito junto a 100 instituições financeiras.
O indicador de inflação mais aguardado nesta semana, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, será divulgado somente na sexta-feira. Na quinta-feira, sairá o IGP-DI de março. Já foi divulgado pela manhã o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S) de 31 de março de 2006. O índice subiu 0,22%, apenas 0,02 ponto percentual abaixo da taxa divulgada na semana passada, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Os dados servirão de base para o Banco Central definir a taxa Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Também serão divulgados nesta semana dados sobre a atividade no país. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgará na terça-feira os resultados das vendas no varejo de março. As fabricantes apresentarão na quinta os número de produção e vendas no atacado. Com a estabilidade nos preços, que quase não subiram no primeiro trimestre, bem diferente de anos anteriores, as vendas estão crescendo bastante.
Juros
A queda da rentabilidade dos treasuries nos Estados Unidos puxou para baixo as taxas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). O Depósito Interfinanceiro (DI) de julho de 2006 passou de 15,68% para 15,63% e o de outubro, que estava em 15,22%, ficou em 15,17%.
Para janeiro do ano que vem, a taxa passou de 14,97% para 14,87%. Para abril de 2007, o DI, que estava em 14,82%, ficou em 14,75%, e para outubro de 2007 a taxa passou de 14,72% para 14,62%. O contrato de janeiro de 2008, o mais negociado, passou de 14,64% para 14,54%.
Paralelo
O dólar paralelo fechou estável em São Paulo, a R$ 2,180 na compra e R$ 2,280 na venda. O dólar turismo, também em São Paulo, registrou queda de 1,32%, cotado a R$ 2,095 na compra e R$ 2,245 na venda.
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