O otimismo no mercado financeiro afetou a cotação do dólar comercial nesta sexta-feira (3). A divisa chegou a operar abaixo da cotação de R$ 2,20 pela primeira vez desde 6 de janeiro, fechando a semana com queda de 3,83%.
Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana terminou cotada a R$ 2,205, com baixa de 1,34% sobre o resultado da véspera. O otimismo com a economia após a reunião do G20 (grupo de países desenvolvidos e em desenvolvimento), realizada na quinta-feira (2), em Londres, deu o tom das negociações do dia.
Na quinta-feira (2), os líderes do G20 anunciaram a injeção de US$ 1 trilhão para empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI) a países em dificuldades. "A reunião do G20 causou euforia nos mercados, diminuindo a sensação de piora da crise, e a participação de países emergentes, como o Brasil, foi decisiva", avaliou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do Banco Paulista.
O analista acredita que a economia brasileira tem se saído melhor no atual cenário de crise financeira que a de outros países. Para ele, a percepção de que o Brasil está com sua bases econômicas mais sólidas atrai investidores, o que permite ingresso de mais dólares no país, reduzindo as pressões sobre o mercado de câmbio.
Atuação do BC
O mercado também reage a uma nova ação do Banco Central (BC), que faz leilão de empréstimo de dólar voltado a levantar fundos para os bancos repassarem qualquer tipo de empréstimo em moeda estrangeira. A operação movimentou US$ 1,254 bilhão, embora a oferta total tenha sido de US$ 2 bilhões.
Esse foi o primeiro leilão no qual os dólares obtidos junto à autoridade monetária poderão ser utilizados para financiar outras atividades além do comercio exterior. Anteriormente, nesse tipo de operação, os bancos que tomassem recursos tinham que dar em contrapartida linhas de Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE).
Posição de investidores
Segundo os dados mais atualizados da BM&F, a posição comprada de investidores estrangeiros no mercado futuro de dólar (que, na prática, revela uma aposta na alta da moeda norte-americana) caiu para US$ 7,95 bilhões.
Trata-se do menor nível desde meados de outubro do ano passado, auge da crise financeira. Na máxima de março deste ano, a posição comprada desse grupo de investidores chegou a US$ 14,3 bilhões.
Frente a uma cesta com as principais moedas, o dólar mostrava-se praticamente estável, com oscilação negativa de 0,1%.
