O dólar fechou sem variação nesta terça-feira (27), após oscilar por terrenos negativo e positivo ao longo do dia. O pregão foi marcado pela cautela no exterior depois de dados conflitantes sobre a economia dos Estados Unidos.
A moeda norte-americana para venda terminou o dia cotada a R$ 1,739.
A instabilidade no mercado ao longo do dia foi alimentada pelos dados de confiança do consumidor nos Estados Unidos, que frustraram as expectativas e mostraram piora em outubro. Na contramão, um índice sobre os preços das moradias em 20 metrópoles norte-americanas teve o quarto aumento seguido.
A cautela tem sido reforçada devido à expectativa dos investidores antes do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no terceiro trimestre, que será divulgado na quinta-feira (29). O mercado espera ver o fim oficial da recessão na maior economia do mundo.
O ambiente conturbado no exterior ofusca a tendência de valorização do real, que tem sido garantida pela sucessão de operações no mercado de capitais. Nesta terça, foi a vez dos laboratórios Fleury e do grupo International Meal anunciarem a intenção de oferecer ações na Bovespa.
IOF
Para Mauro Leos, vice-presidente de risco soberano da Moody's Investor Service, mesmo com a adoção do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro, "há pouco que as autoridades possam fazer para limitar as entradas de capitais e, consequentemente, a apreciação do real".
"Consequentemente, é provável que o cenário de real forte permaneça ao longo de 2010", completou.
A tendência de valorização deve continuar mesmo com uma eventual diminuição do superávit comercial, avaliou o banco de investimento Goldman Sachs, em referência ao déficit de US$ 74 milhões na semana passada.
"Acreditamos que o mundo está (e continuará) disposto a financiar os déficits cada vez maiores na conta corrente do Brasil", escreveu o analista Luis Cezario, em nota. "No entanto, acreditamos que essa tendência deve se amenizar conforme o déficit aumenta, dependendo mais dos fluxos de capital e das respostas políticas do governo".