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CÂMBIO

Dólar fecha o dia abaixo de R$ 4, mas sobe 9,39% em setembro

 | Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
(Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

O dólar encerrou esta quarta-feira (30) em queda pela segunda sessão consecutiva e, a despeito da pressão nos últimos dias, abaixo de R$ 4. Mesmo assim, terminou o mês com quase 10% de valorização, pressionado pela desconfiança do mercado em relação ao governo e em meio aos temores de perda do grau de investimento por mais uma agência de rating.

Particularmente nesta quarta, a queda foi sustentada pela forte atuação dos vendidos, que puxaram as cotações para baixo até o início da tarde para a definição da Ptax de fim de mês e de trimestre. A Ptax desta quarta servirá de referência para liquidação dos derivativos cambiais que vencem na quinta-feira, 1º de outubro.

Empresas endividadas em dólar atuaram desse mesmo lado, interessadas num preço mais baixo da moeda norte-americana para a formulação dos balanços para o trimestre entre julho e setembro. O movimento encontrou ainda certo suporte do exterior e do cenário político em Brasília.

Passada a formação da Ptax, no entanto, a moeda devolveu parte da queda, mas conseguiu manter a trajetória de baixa até o final. Fechou a R$ 3,9740, em baixa de 2,19%, depois de oscilar entre a mínima de R$ 3,9360 e a máxima de R$ 4,029. No mês, subiu 9,39% e, no ano, tem alta de 49,68%. Às 16h33, o dólar para novembro tinha perda de 2,38%, a R$ 4,012.

A taxa Ptax desta quarta-feira fechou a R$ 3,9729, em baixa de 3,50% em relação ao fechamento de terça-feira (R$ 4,1172). Segundo a Economatica, a Ptax acumulou valorização no trimestre de 28,05%, a terceira maior valorização trimestral desde o início do Plano Real, em 1994. Nesse período, a maior valorização da moeda norte americana em amostras trimestrais foi no primeiro trimestre de 1999, com 42,47%, e a segunda maior, no terceiro trimestre de 2002, com 36,93%.

Fluxo cambial

Os dados do fluxo cambial divulgados no começo da tarde não chegaram a interferir na trajetória do dólar, mas servem para mostrar que a valorização vista este mês teve como principal componente a especulação, uma vez que não houve saída desenfreada de recursos do país.

No mês até o dia 25, o fluxo cambial ficou negativo em US$ 172 milhões. Apenas na semana passada, o fluxo exibiu saída líquida de US$ 555 milhões.

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