O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (31), acompanhando um movimento de realização de lucros no mercado externo, mas ainda fechou outubro em baixa de 9,51% no mês, perto de 1,70 real.

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Foi a maior queda mensal desde abril de 2003, quando a moeda recuou 13,20%, pouco meses após a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em relação a sexta-feira passada, o dólar fechou em alta de 1,08%, a 1,7026 real para venda.

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A valorização do real em outubro foi a maior dentre as 36 moedas mais negociadas contra o dólar, de acordo com dados da Reuters. Com isso, a moeda compensou parte do movimento de setembro, quando a preocupação com a crise na Europa fez o dólar disparar 18%, para perto de 1,90 real. Boa parte da queda do dólar em outubro aconteceu no final do mês, após líderes europeus aprovarem novas medidas para combater a crise da dívida na região. O futuro da moeda em novembro vai depender justamente de notícias sobre a viabilidade das decisões em questão, como o aumento do fundo de socorro europeu a cerca de 1 trilhão de euros. "O mês de novembro vai ser um mês para detalhar as medidas que já foram anunciadas. Não sei como as autoridades europeias pretendem levantar capital para alavancar o fundo de resgate", disse o estrategista-chefe do banco WestLB do Brasil, Luciano Rostagno, que prevê dólar a 1,70 real no fim do ano. Na opinião do economista-chefe da corretora Gradual Investimentos, André Perfeito, caso se confirme um cenário mais otimista sobre a Europa, o mercado "vai correr um pouco mais para renda variável e para o risco, e o real tende a se valorizar um pouco mais mesmo que o governo baixe a Selic", disse, referindo-se à taxa básica de juros do país, hoje a 11,50% ao ano. O economista do Santander Cristiano Souza, no entanto, avalia que a volatilidade ainda deve predominar no mercado de câmbio. "Tem muita incerteza ainda", afirmou, "Mas a tendência, se não tiver nada de catastrófico acontecendo, é de apreciação (do real)", acrescentou, completando que as maiores influências sobre o dólar no Brasil são o preço das commodities e o comportamento das principais moedas, como o euro. Souza crê que a atuação do governo no câmbio não deve ter um papel predominante sobre a trajetória do dólar. Ainda assim, a rolagem de contratos de swap cambial na semana passada --com efeito semelhante a uma venda de dólares no mercado futuro-- pode ser interpretada como um sinal de que o governo ainda não está preocupado com o efeito da queda do dólar sobre as exportações, disse o tesoureiro de um banco dealer de câmbio, que preferiu não ser identificado. "Eu imaginava que nesse nível ele (BC) já daria uma parada, mas vendeu (swap). Eu chutaria que o número para voltar a comprar deve ser 1,65 (real)", disse o tesoureiro. A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,6878 real para venda, em queda de 0,59% ante sexta-feira.