O dólar fechou em ligeira queda ante o real nesta segunda-feira (16) pela segunda sessão seguida, acompanhando o cenário externo. Os investidores estão cautelosos após dados fracos de varejo nos Estados Unidos e à espera do discurso do presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke, nesta terça.
O dólar caiu 0,03%, cotado a R$ 2,0365 na venda. Durante o dia, a moeda oscilou pouco, entre R$ 2,0331 na mínima e R$ 2,0445 na máxima.
"É mais do mesmo todos os dias. A economia dos Estados Unidos não cresce, alguns acham que ainda pode vir um 'quantitative easing' (afrouxamento monetário, conhecido como Q3), mas outros acham que não vêm", disse o diretor de câmbio da Planner Corretora, João Medeiros.
Ele referia-se aos dados do varejo nos Estados Unidos, que recuaram 0,5% em junho, evidenciando a dificuldade do país se recuperar. O resultado foi muito pior do que o esperado pelo mercado.
Os investidores também aguardam o pronunciamento que Bernanke fará nesta terça e quarta-feira ao Congresso norte-americano, sobre política monetária. Parte dos agentes acredita que poderá ser dado algum sinal sobre possíveis novos estímulos do Fed à economia norte-americana.
A ata da reunião de junho do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), no entanto, mostrou que a autoridade monetária está aberta à possibilidade de comprar mais títulos, mas que a situação econômica precisaria piorar para que tal medida seja tomada.
Além dos Estados Unidos, Medeiros citou que também há uma perspectiva de fraco crescimento na China e que continuam os problemas na zona do euro.
Com esse compasso de espera e alguma cautela vista nos mercados globais, o dólar não teve grandes oscilações ante outras moedas, mas se desvalorizou, movimento acompanhado pelo real.
Às 17h55 (horário de Brasília), a moeda norte-americana ainda tinha queda de cerca de 0,30% ante uma cesta de divisas, enquanto que o euro tinha alta de cerca de 0,15% ante o dólar.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, acredita ainda que uma perspectiva de fraco crescimento da economia brasileira também está afetando o câmbio e impede que o dólar caia mais, com perspectiva de se manter nesse patamar nos próximos dias.
"Essa melhora do euro lá fora acabou dando uma arrefecida na alta aqui, mas não foi suficiente para uma queda maior. Por isso acredito que essa precificação do dólar aqui tem a ver também com acontecimento internos, essa preocupação com a economia", disse ele, acrescentando que a moeda deve continuar no patamar de R$ 2,03.
O relatório Focus do BC, divulgado pela manhã, mostrou que o mercado espera que o crescimento da economia brasileira ficará abaixo de 2% este ano.
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