O dólar comercial fechou a quarta-feira (15) com alta de 0,17% frente ao real, cotado a R$ 1,723 na venda e R$ 1,721 na compra. Em fevereiro, a moeda americana acumula queda de 1,3% e no ano, a desvalorização é de 7,78%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mantém a alta, mas perdeu o fôlego verificado pela manhã. Às 17h16m, o indicador subia 0,82% aos 65.574 pontos. Esta quarta-feira é dia do vencimento do Ibovespa futuro.
Pela manhã, a Bovespa apresentou alta expressiva de 1,48% e chegou a romper o patamar de 66 mil pontos, acompanhando o otimismo dos investidores na Europa por causa do anúncio feito pela China, de que vai reforçar suas reservas internacionais com euros.
"O anúncio de que o BC chinês vai comprar euros para ajudar a Europa foi a principal notícia do dia. E indicadores positivos da economia americana divulgados à tarde também ajudam a sustentar os pregões em alta", diz Felipe Cassotti, gestor de renda variável da Máxima Asset Management.
Entre as principais ações, Petrobras ON sobe 0,16% (R$ 24,93); Petrobras PN tem alta de 0,38% (R$23,30); OGX ON tem alta de 1,56% (R$ 17,53). Já Vale PNA cai 1,49% (R$ 42,25); Itau Unibanco PN se desvaloriza 0,91% (R$ 36,64) e Bradesco On perde 0,42% (25,75).
A BM&FBovespa reportou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 191,1 milhões no quarto trimestre, 27% abaixo do resultado do mesmo período de 2010. A empresa fechou 2011 com lucro líquido de R$ 1,048 bilhão, uma queda de 8,4% em relação ao ano anterior.
Nos Estados Unidos, a surpresa positiva veio do índice de atividade regional do Federal Reserve Bank de Nova York, conhecido como Empire State, e do índice de confiança do setor de construção dos EUA, medido pela Associação Nacional dos Construtores de Imóveis (NAHB, na sigla em inglês) do país. Ambos vieram acima da expectativa do mercado e reduziram o pessimismo com a produção industrial dos EUA, em janeiro, que ficou abaixo do esperado.
"Os dados mostram que o mercado de trabalho nos EUA vem se recuperando, dando mais solidez para os fundamentos econômicos", diz Cassotti.
O gestor reassalta, entretanto, que ainda existem incertezas sobre o pacote de ajuda à Grécia, o que mantém certa tensão nos mercados. Nesta terça, circulou a informação de que parte do pacote de 130 bilhões de euros só seria liberada após as eleições de abril, para que isso não colocasse em risco as medidas de austeridade aprovadas pelo atual governo.
"E o que sabemos até agora são as linhas gerais do pacote de ajuda à Grécia, mas os detalhes ainda não foram divulgados. Portanto, há margem para incertezas nas próximas semanas", diz Cassotti.
Na Europa, as bolsas fecharam sem tendência definida, repercutindo a decisão da China de comprar euros e as incertezas quanto ao pacote de ajuda para a Grécia. Na Bolsa de Frankfurt, o Dax teve alta de 0,44% e, em Paris, o índice CAC também se valorizou 0,44%. Em Londres, o índice FTSE perdeu 0,13%, enquanto o Ibex de Madri caiu 0,35%.
Nos EUA, os pregões operam em queda, refletindo a incerteza sobre a liberação de novo pacote de ajuda à Grécia.
PIB na zona do euro encolheu 0,3% no terceiro trimestre de 2011
Nesta quarta, foi divulgado que produção econômica dos 17 países que usam a moeda comum apresentou retração de 0,3% no quarto trimestre 2011, segundo dados oficiais divulgados pelo escritório oficial de estatísticas do bloco nesta quarta-feira. A queda foi a primeira contração desde o segundo trimestre de 2009, no auge da crise financeira global, quando a produção diminuiu 0,2%. O dado divulgado pela Eurostat indica a possibilidade de recessão em toda a região, se o PIB mostrar nova queda no primeiro trimestre deste ano. No ano, entretanto, houve alta de 1,5% do PIB da região.
Pelo menos cinco países da zona do euro já estão em recessão, com dois trimestres seguidos de retração da economia: Holanda, Itália, Portugal, Grécia e Bélgica. O PIB alemão encolheu 0,2%, contra uma expectativa de queda de 0,3%. O país não está tecnicamente em recessão, porque apresentou crescimento no terceiro trimestre de 2011. Já a Itália, terceira maior economia da região, encolheu 0,7% nos últimos três meses de 2011. No terceiro trimestre de 2011, o país já havia apresentado retração de 0,2% na economia.
"Já era certo que a economia europeia se retrairia em 2011 e que a sensação de recessão se instalaria. Mas a retração veio abaixo das expectativas", diz Jason Vieira, da corretora Cruzeiro do Sul.
"Os dados do PIB da zona do euro mostraram que, apesar das dificuldades, as maiores economias do bloco ainda têm indicadores mais positivos. O PIB da França, por exemplo, subiu 0,2% no período", comentou um estrategista.
O superávit comercial de dezembro na zona do euro, também divulgado hoje, veio maior do que se esperava. Subiu para 9,7 bilhões de euros, de 6,3 bilhões de euros registrados em novembro. A expectativa do mercado era de um superávit de 6,9 bilhões de euros. Outra notícia positiva veio de Portugal, país que está em segundo lugar no ranking das preocupações, atrás da Grécia. O Tesouro português fez um leilão de bônus nesta quarta e vendeu o máximo pretendido, com queda no juro.
Produção industrial fica estável nos EUA
A produção industrial nos EUA apresentou estabilidade em janeiro, ficando abaixo das projeções do mercado, que esperava alta de 0,8%, e do resultado anterior revisado de 1%. A capacidade instalada da indústria se retraiu levemente para 78,5% ante 78,6% na medição anterior.
"Ainda se aproximando da capacidade considerada ideal (em torno de 80%), a indústria americana mostra sinais regionais de melhora. A tendência do curto prazo continua de alta, devido à melhora nos indicadores do mercado de trabalho, mesmo que abaixo do desejável pelo governo americano", explica o estrategista Jason Vieira.
Mas foi o índice Empire State de Manufaturas do Fed de Nova York, que animou os investidores. O indicador apresentou em fevereiro alta de 19,53 pontos nas condições industriais, acima das projeções (15 pontos) e do registro anterior (13,48 pontos). A elevação foi puxada pela alta na maior parte dos índices.
O índice de confiança do setor de construção dos EUA, medido pela Associação Nacional dos Construtores de Imóveis (NAHB, na sigla em inglês) ficou em 29 pontos, o patamar mais alto em mais de 4 anos.
China se movimenta para ajudar a Europa
O Banco Central chinês informou que vai aumentar suas reservas em euros, o que na prática significa uma ajuda aos países que usam a moeda comum. Isso trouxe calma oas mercados internacionais, nesta quarta, dia em que aconteceria uma reunião de ministros de finanças para discutir a ajuda financeira à Grécia. O país demorou para cumprir as exigências impostas para a liberação da ajuda externa de mais 130 bilhões de euros e areunião acabou sendo transferida para segunda-feira.
O premier da China Wen Jiabao disse que o envolvimento chinês com a crise europeia incluirá também investimentos no fundo de estabilização europeu.
"Este é um primeiro sinal mais forte de envolvimento da China na questão europeia e, apesar de parecer benevolente, é resultado da redução da demanda mundial, o que afeta diretamente o o comércio na China, já que a maior parte das exportações chinesas é direcionada para a Europa", complementa Jason Vieira.
Na Ásia, as Bolsas encerraram em alta com as informações vindas da China. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, subiu 2,3%. Na Bolsa de Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 2,14%. A Bolsa de Xangai, na China, também fechou em alta. O índice Xangai Composto subiu 0,9% e o Shenzhen Composto avançou 1,5%.