O dólar fechou em alta de mais de 1,5% nesta segunda-feira (30) e ficou próximo dos R$ 3,90, reagindo a preocupações com o impacto da prisão do ex-presidente do BTG Pactual, André Esteves, sobre o mercado doméstico e com possíveis desdobramentos para o quadro político brasileiro.
O dólar avançou 1,65%, a R$ 3,8865 na venda, maior nível de fechamento desde 28 de outubro, quando ficou em R$ 3,9201. A moeda norte-americana anulou nesta sessão o recuo que havia acumulado em novembro e terminou o mês com alta de 0,61%, após cair 2,59% em outubro.
Contexto político
No fim de semana, Esteves renunciou a todos os seus cargos no BTG após o Supremo Tribunal Federal (STF) mantê-lo preso por tempo indeterminado por suspeita de obstrução da operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
A preocupação é de que mais denúncias possam surgir no campo político ou que o próprio BTG seja muito atingido, o que poderia obrigá-lo a desmontar posições no mercado e, assim, afetar a liquidez.
Novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também se somaram ao quadro de incertezas.
“A volatilidade é a regra, não dá para ter grandes certezas”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
Na máxima desta sessão, o dólar subiu a R$ 3,9237 e, na mínima, a R$ 3,8247.
Investidores também adotaram cautela antes da votação da meta de resultado primário deste ano, marcada para terça-feira no Congresso Nacional, em meio a turbulências após a prisão do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).