O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira (9), mas continuou perto das máximas em mais de uma década após testar mais cedo o patamar de R$ 2,80, em meio a preocupações com o futuro da Grécia na zona do euro, a desaceleração da economia chinesa e as incertezas locais.
A moeda norte-americana teve leve recuo de 0,03%, a R$ 2,7774 na venda. Na máxima da sessão, a divisa alcançou R$ 2,7969, maior nível desde o fim de 2004. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 436 milhões.
Segundo analistas, não há perspectiva de alívio no mau humor global no curto prazo, o que significa que a divisa pode encontrar forças para continuar a escalada nas próximas sessões.
"Não dá para saber até onde o dólar vai chegar. E como a perspectiva é incerta, qualquer susto se transforma em um movimento expressivo", disse o gerente de câmbio do Banco Confidence, Felipe Pellegrini.
Influência externa
Após uma semana de intensa valorização da divisa norte-americana, em meio a temores sobre a possível saída da Grécia da zona do euro e a alta dos juros nos Estados Unidos, dados fracos sobre a economia chinesa somaram-se ao quadro de apreensão.
As importações chinesas caíram 20% em janeiro em relação ao ano anterior, maior recuo desde maio de 2009, o que mostra que a segunda maior economia do mundo ainda está perdendo força apesar de uma série de estímulos. A China é um importante parceiro comercial do Brasil e números fracos sobre o país costumam respingar em outros mercados emergentes.
No cenário doméstico, investidores continuavam mostrando ceticismo sobre a nomeação de Aldemir Bendine à presidência-executiva da Petrobras, o que já havia contribuído para elevar o dólar na sexta-feira.
Segundo analistas, a combinação de apreensão com o futuro da estatal e a fraqueza nos fundamentos macroeconômicos brasileiros faz com que os ativos brasileiros mostrem tendência pior do que de outros mercados emergentes.
"O cenário está muito negativo no mundo, o que se reflete em pressão aqui. O mercado está muito apreensivo", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.
Estagnação
Economistas de instituições financeiras projetam estagnação econômica para este ano na pesquisa Focus do Banco Central, ao mesmo tempo em que pioraram suas estimativas para a inflação, esperando alta de 7,15% do IPCA.
Nesta manhã, o BC deu continuidade às atuações diárias e vendeu a oferta total de até 2 mil swaps, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 900 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.100 contratos para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 de dólares.
O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 36% do lote total.
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