O dólar fechou os negócios desta quinta-feira (30) cotado a R$ 1,666, com queda de 0,83% no dia e de 4,42% em 2010, após um ano de intervenções mais firmes do governo e de alertas sobre uma 'guerra cambial'.
Cabe lembrar que na sexta-feira, dia 31, ainda acontecem negócios com dólar comercial.
No mercado à vista, o dólar comercial encerrou o dia com baixa de 0,83%, a R$ 1,666 na venda. Menor cotação desde 14 outubro e um dos menores preços do ano.
Agora em 2010, o dólar acumula perda de 4,42%. Em 2009, a divisa tinha perdido 25,32%.
Em vários momentos do segundo semestre, analistas apontaram a atuação do governo como um fator que limitou a valorização do real. Ainda assim, com a queda em 2010, é a primeira vez que o dólar passa a virada de ano abaixo de R$ 1,70 desde a implantação do câmbio flutuante, em 1999.
Vários fatores ocupam o radar do mercado para 2011, provocando opiniões divergentes para taxa de câmbio. Jorge Knauer, diretor de tesouraria do banco Prosper, avalia que é preciso ficar atento ao diferencial de juros entre o Brasil e o resto do mundo, principalmente diante da perspectiva de um aumento da Selic logo em janeiro para frear a inflação.
Com juros maiores no Brasil, aumenta a remuneração de investimentos locais. Foi justamente para reduzir a entrada de dinheiro de curto prazo com vistas aos juros no país que o governo instituiu este ano a cobrança de um imposto de 4 por cento sobre a entrada de investimento estrangeiro para renda fixa.
Para Knauer, existe a possibilidade de que o governo seja no começo do ano 'um pouco mais leniente com uma possível desvalorização do dólar para tentar um auxílio na política monetária'. 'A inflação está muito ligada a commodities no exterior, principalmente commodities agrícolas e alimentos.'