O dólar ficou praticamente estável ante o real nesta sexta-feira, repercutindo o comportamento do mercado global de câmbio após o resultado dos testes de estresse em bancos europeus.
A moeda norte-americana teve leve baixa de 0,06 por cento, a 1,760 real.
Na semana, o dólar acumulou queda de 1,12 por cento e, no mês, a baixa é de 2,44 por cento.
Enquanto o mercado de câmbio fechava no Brasil, o euro tinha discreta alta de 0,2 por cento ante o dólar, recuperando-se da queda de até 0,7 por cento exibida mais cedo. Aqui, o dólar chegou a subir 0,5 por cento na mesma hora.
Os testes coordenados por autoridades europeias para verificar a solidez dos bancos da região mostrou que apenas sete de 91 instituições precisariam de capital adicional no caso de um agravamento da crise .
Embora o resultado tenha sido questionado por muitos analistas, que gostariam de ver uma simulação mais profunda sobre a carteira de bônus governamentais em posse dos bancos, o apetite por risco cresceu à tarde, com alta das bolsas de valores e queda de 4 por cento do índice de volatilidade.
A queda do dólar só era limitada, segundo o gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, pelo interesse de alguns agentes em comprar a moeda norte-americana no atual patamar, perto das mínimas desde maio. "Esse é um ponto de realização (de lucros)", disse.
Tanto bancos como investidores não-residentes têm carregado expressivas posições vendidas, que poderiam ser cobertas com compras no atual nível.
Os estrangeiros tinham 8,5 bilhões de dólares em vendas líquidas no mercado futuro e de cupom cambial (DDI) na quinta-feira --maior nível em dois anos-- e os bancos tinham no fim de junho mais de 9 bilhões de dólares em posições vendidas no mercado à vista, máxima desde 2007.
DÓLAR MIRA R$1,75
Para a próxima semana, porém, a possível melhora no fluxo ao país e o início de uma tendência de desvalorização global do dólar, com consequente alta das commodities, podem viabilizar o aumento dessas posições e novas quedas da moeda norte-americana, testando o piso de 1,75 real.
De acordo com o estrategista de uma corretora em São Paulo, que também não quis ser citado, "apesar da economia não estar tão bem, a alta das commodities muda todo o cenário".
Na quarta-feira, o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, classificou o atual cenário econômico como "atipicamente incerto". Segundo o estrategista, a perspectiva do Fed colocar mais estímulos na economia traz consigo um viés de baixa para o dólar e, junto, o estímulo de alta para as commodities.
Nesta sexta-feira, também impulsionado nos últimos dias por sinais recentes de demanda na China, o índice Reuters-Jefferies de commodities atingiu o maior nível em um mês.
"O valuation (avaliação de preço dos ativos, inclusive a taxa de câmbio) parte de um determinado preço das commodities. Quando ele aumenta, sobe tudo", disse.
Quanto ao fluxo, embora os números tenham sido negativos desde junho, a Bovespa tem enviado sinais positivos neste mês com o ingresso líquido de 1,3 bilhão de reais de estrangeiros. Além disso, o mercado tem assistido a um aumento das captações, como o bônus de 700 milhões de dólares da JBS.
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