O dólar ficou praticamente estável ante o real nesta quinta-feira (25), em meio ao clima de cautela no exterior a um dia do aguardado discurso do chairman do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke.
A moeda norte-americana foi operada em alta durante boa parte do dia, mas zerou o movimento perto do final da sessão diante de entradas de recursos de exportação, segundo um operador de câmbio de uma corretora paulista que pediu para não ser identificado.
No fechamento, a taxa de câmbio teve variação negativa de 0,01 por cento, a 1,6110 real na venda. Na máxima da sessão, o dólar subiu a 1,6185 real, em alta de 0,45 por cento.
Enquanto isso, o contrato de dólar futuro para setembro registrava volume superior a 397 mil contratos, um pouco acima da média do mês, que é de cerca de 378 mil contratos.
No mesmo horário, o índice DXY, que mede o valor do dólar contra uma cesta com seis importantes divisas --entre elas o euro e o iene-- subia 0,3 por cento.
De modo geral, o mercado mostrava apreensão antes do discurso de Ben Bernanke a outros presidentes de bancos centrais na conferência anual do Fed, em Jackson Hole, nos Etados Unidos, prevista para as 11h (horário de Brasília).
Parte do mercado espera que Bernanke sinalize mais medidas de estímulo econômico, embora tenham ganhado força apostas de que o Fed apenas reiterará o compromisso de ajudar a economia.
"Amanhã é a hora da verdade", resumiu o gerente da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo. "Está todo mundo na expectativa e enquanto não tiver algo de mais concreto, o pessoal deve ficar mais cauteloso, sem arriscar muito", completou.
As incertezas antes da fala de Bernanke ditaram quedas de mais de 1 por cento no pregões em Nova York, mesmo movimento do Ibovespa. Enquanto isso, o índice de volatilidade da CBOE --considerado termômetro do nervosismo dos investidores-- saltou mais de 11 por cento.
Na BM&FBovespa, o posicionamento dos investidores estrangeiros continua estabilizado, com vendas líquidas de cerca de 15,7 bilhões de dólares em contratos futuros e principalmente cupom cambial (DDI).
Para o diretor-executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Moura Neme, o dólar tem se sustentado em torno de 1,60 real nos últimos dias amparado por ingressos de recursos, mesmo com a intensa volatilidade no cenário internacional.
"Não acreditamos em afastamento abrupto e sustentável de alta do eixo de 1,60 real, embora em nossa perspectiva o fluxo cambial tenha um viés de tendência a tornar-se negativo nas semanas próximas", escreveu em nota.
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