O dólar fechou perto da estabilidade nesta sexta-feira (19), mas voltando ao patamar de 1,60 real, refletindo a postura mais cautelosa dos investidores ainda por preocupações com a economia global.
A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,06 por cento, a 1,6005 real na venda, fechando a semana com baixa de 0,64 por cento. No mês, no entanto, a taxa de câmbio ainda acumula ganho de 3,19 por cento.
"Via de regra, o pessoal fica mais cauteloso pouco antes do final de semana porque imagina que pode sair alguma notícia ruim e acha melhor diminuir a exposição. Ainda mais num momento como esse de muita incerteza nos mercados", disse o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.
A postura mais defesiva dos agentes foi refletida pela busca por segurança. O iene japonês, por exemplo, chegou a atingir uma nova máxima histórica ante o dólar, enquanto o ouro à vista seguiu batendo recordes históricos, acima a quase 1.850 dólares a onça.
Além do temor de nova recessão nos Estados Unidos e de um agravamento da crise de dívida na zona do euro, os mercados passavam a se preocupar com o aumento do custo de financiamento de bancos europeus, o que em último caso pode restringir a liquidez e impor mais dificuldades ao setor.
Ainda assim, o euro conseguiu se valorizar ante o dólar, o que ajudava a colocar a moeda norte-americana no vermelho ante uma cesta de divisas.
Para os analistas do banco francês BNP Paribas, a recente alta do dólar ante o real mostra que a moeda brasileira é uma das mais vulneráveis da América Latina à turbulência externa.
Prova disso é que os investidores estrangeiros reduziram desde o início do mês as posições vendidas em dólar, que funcionam como apostas na queda da moeda norte-americana.
Segundo dados mais recentes da BM&FBovespa, os não residentes sustentavam na véspera cerca de 15,3 bilhões de dólares em exposição vendidas em contratos de dólar futuro e cupom cambial (DDI), menos que os 19,6 bilhões de dólares em 1º de agosto.