Sem repasse
Preço de imóveis não cai, afirma construtor
Os aumentos desacelerados do Índice Nacional de Custo da Construção Mercado (INCC-M) não são suficientes para causar uma queda nos preços dos imóveis, afirma o diretor do Grupo Plaenge, Fernando Fabian. "Os preços dos materiais não estão diminuindo, mas sim tendo aumentos menores", ressalta.
O empresário afirma não acreditar em uma diminuição nos valores dos imóveis no médio prazo. "Influem no preço, além dos custos de produção, os custos do terreno, da mão de obra e as taxas de juros. Como é necessário um grande volume de recursos para construir, os bancos financiam os empreendimentos", explica.
As principais regiões metropolitanas do Brasil têm registrado valorização nos imóveis nos últimos três anos. Em alguns casos, os preços subiram 66% no período. (OT)
A "guerra cambial" que está levando o dólar a perder valor no mercado mundial tem um efeito colateral nos canteiros de obras brasileiros. Pela quinta vez consecutiva, o Índice Nacional de Custo da Construção Mercado (INCC-M) registrou desaceleração no indicador mensal. Divulgado ontem, o indicador elaborado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta alta de 0,15% em outubro, contra 0,2% em setembro.
Representantes do setor apontam dois fatores responsáveis pela desaceleração dos preços no setor de construção civil. Um deles é o custo de importação de matéria-prima e maquinário, que segura os preços no mercado nacional. Com o dólar em baixa, fica mais fácil importar. Além disso, o início do segundo semestre marca o fim da temporada de acordos salariais, que deixam de pressionar o índice. "A grande maioria dos dissídios ocorre entre março e junho. Em 2010, tivemos uma pressão salarial grande, com alguns estados concedendo reajustes acima de 10%. A tendência, agora, é de estabilidade nos preços", analisa Hamilton Franck, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR). "Quanto aos insumos, o mercado interno está bem abastecido, e a importação de materiais e equipamentos ajuda a segurar o índice. É difícil mensurar o total de bens vindos de fora", complementa.
Segundo a FGV, o índice do INCC-M relativo ao material de construção, equipamentos e serviços subiu 0,27% em outubro, ante alta de 0,35% no mês anterior. Já o índice referente à mão de obra teve leve alta de 0,03%, ante 0,04% em setembro.
Terrenos
"Quando o mercado está eufórico, os preços tendem a subir", relaciona Franck. "Atualmente, o setor continua aquecido, mas com os pés no chão, o que estimula um ordenamento nos preços. Um indicador disso é o preço dos terrenos em Curitiba, embora não façam parte do cálculo do INCC-M. Os empresários perceberam que não era possível fazer negócios com os preços subindo àquela velocidade, então os valores dos terrenos estabilizaram", afirma.
Para Fernando Fabian, diretor do Grupo Plaenge, a queda no ritmo de alta dos preços na construção é um fator positivo para o setor. O empresário reconhece o aumento das importações no volume total de compras para a produção. "Recentemente importamos algumas gruas. Às vezes conseguimos um preço mais barato fora do país, e com um prazo de entrega mais curto que o da indústria nacional", relata.
Fabian também reconhece o peso da mão de obra no aumento dos preços do setor. "Recursos humanos continuam sendo um aspecto crítico da construção civil, tanto no número de profissionais disponíveis quanto no estímulo ao ingresso de novas pessoas no setor", ressalta Fabian. Com um número menor de trabalhadores disponíveis, as empresas passam a disputar funcionários e os salários no setor se valorizam, contribuindo para o aumento da inflação específica da construção civil. Hamilton Franck acredita que este desequilíbrio esteja sendo rebalanceado. "As empresas estão investindo em qualificação, com cursos do Sesi e Senai e com formação dentro do canteiro de obras. Além disso, quando há escassez de profissionais as construtoras tendem a investir em industrialização, para otimizar a mão de obra existente", lembra.
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