O Banco Central aumentou a previsão para a dívida pública no fim de 2011, que deve ficar em 39% do Produto Interno Bruto (PIB), em vez dos 38% projetados três meses atrás. A mudança se deve à expectativa de um dólar mais baixo no fim do ano, de acordo com a previsão do mercado coletada pelo BC. Desde março, a previsão passou de R$ 1,70 para R$ 1,60. Como o Brasil tem mais ativos em dólar do que dívidas, principalmente por causa das reservas internacionais, a desvalorização da moeda estrangeira aumenta a dívida líquida do setor público.
Em maio, o endividamento chegou a R$ 1,53 trilhão, 39,8% do PIB, mesmo patamar registrado em abril. No ano, a relação dívida/PIB registrou redução de 0,4 ponto porcentual. O superávit primário e o efeito do crescimento do PIB tiveram praticamente o mesmo peso na redução. A queda só não foi maior devido ao aumento nos juros e ao efeito da apreciação cambial de 5,2% registrada no período.
Superávit
Ontem, o BC informou que as contas do setor público registraram superávit de R$ 7,5 bilhões em maio. O número inclui os resultados de União, estados e municípios. No ano, a economia para pagar os juros da dívida soma R$ 64,8 bilhões, quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. O valor também representa 55% da meta para o ano, que é de R$ 117,9 bilhões. Em 12 meses, o resultado chega a R$ 126 bilhões (3,29% do PIB). Esse último número está influenciado, no entanto, por manobras contábeis feitas pelo governo federal no fim de 2010 para cumprir a meta do ano passado sem precisar cortar gastos.