O dólar comercial interrompeu nesta quarta-feira uma trajetória de alta e fechou em queda de 0,97%, a R$ 2,151 na compra e R$ 2,153 na venda. Na mínima, chegou a cair 1,06%, vendido a R$ 2,151. Em nenhum momento, o dólar percorreu o campo positivo.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) aproveitou a melhora no cenário externo para recuperar parte da perda de terça-feira. O Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,21%, com 37.850 pontos. O volume financeiro chegou a R$ 2,307 bilhões.
Dólar
O leilão do Banco Central para a compra de dólares no mercado à vista não ajudou em nada. A moeda, que já vinha em queda desde o período da manhã, ampliou ainda mais o ritmo de desvalorização frente ao real logo após o anúncio da operação.
O leilão ocorreu das 15h08m às 15h18m. Foram aceitas 9 propostas, com taxa de corte de R$ 2,154. Já há duas semanas o BC não realiza leilão de swap cambial reverso, que vinha acontecendo desde dezembro do ano passado.
- Houve uma alta exagerada do dólar nos últimos três dias (a moeda subiu mais de 3% no período), mas os bons fundamentos da economia brasileira não permitem uma valorização tão grande do dólar - disse Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin.
Ele disse que as incertezas no cenário internacional e os recentes acontecimentos políticos envolvendo o ministro da Fazenda, Antônio Palloci, trouxeram volatilidade aos mercados, mas a tendência é mesmo de queda da moeda americana.
Bolsa
A Bovespa acompanhou a recuperação das bolsas americanas, que fecharam no campo positivo com a queda da rentabilidade dos títulos do Tesouro americano. Na semana, o Ibovespa acumula queda de 0,52% e no mês redução de 1,97%.
- A Bovespa até poderia subir mais nesta quarta-feira, mas a declaração do presidente da Petrobras acabou prejudicando os negócios. Ao afirmar que a empresa não vai acompanhar os preços internacionais de petróleo porque é auto-suficiente na produção, Gabrielli (José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras) acabou dando a indicação de que poderá não haver reajustes daqui para a frente. Isso pegou muito mal - disse Tommy Taterka, da Corretora Concórdia.
Segundo o analista, os investidores também estão preocupados com as denúncias que envolvem o ministro da Fazenda, Antônio Palloci. Para Taterka, no entanto, uma eventual saída de Palloci teria reflexo apenas momentâneo. Ele disse que "a recuperação do mercado poderia ocorrer em algumas horas a partir da demissão do ministro".
Os destaques hoje na bolsa paulista foram as ações das siderúrgicas e do setor elétrico. Entre as ações mais negociadas estiveram Petrobras PN, Bradesco PN e Petrobras ON. As principais altas foram de Net PN (5,60%), Light ON (5,36%) e Itausa PN (4,65%). Petrobras PN e ON lideraram as quedas, com redução de 1,63% e 1,55%, respectivamente.
Risco
O risco-país, que mede a percepção do investidor estrangeiro sobre o Brasil, fechou com seis pontos a menos nesta quarta-feira. O EMBI+ brasileiro, calculado pelo J.P. Morgan, terminou o dia em 225 pontos centesimais. O risco começou o dia em alta, mas acabou invertendo a tendência. Na máxima, chegou a 232 pontos centesimais. Os títulos brasileiros subiram hoje. O Global 40 subiu 0,38%, em 130,63% do valor de face. O A Bond subiu 0,68%, em 110,38% do seu preço.
Juros
A queda da rentabilidade dos títulos do Tesouro americano puxou para baixo as taxas de juros futuros no Brasil. A única alta registrada nesta quarta-feira ocorreu no contrato de abril deste ano, que passou de 16,47% para 16,48% (+0,06%).
As taxas caíram 0,32% e 0,33% nos contratos de julho e outubro de 2006. No primeiro caso, o Depósito Interfinanceiro (DI) passou de 15,81% para 15,76% e no outro de 15,38% para 15,10%. O contrato de janeiro de 2007 ficou em 15,15% ao ano, contra 15,10% no fechamento anterior (-0,33%).
Os juros devem firmar uma tendência a partir da semana que vem quando haverá uma nova reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano, para definir o rumo da taxa nos Estados Unidos. A reunião do Fed está marcada para os dias 27 e 28 de março. A expectativa é que a taxa de juro suba 0,25 ponto percentual, para 4,75% ao ano. No Brasil, a Selic está em 16,5% ao ano.
Paralelo
O dólar paralelo fechou estável nesta quarta-feira em São Paulo, a R$ 2,180 na compra e R$ 2,280 na venda. O dólar turismo terminou o dia em alta de 0,45%, cotado a R$ 2,105 na compra e R$ 2,255 na venda.