Após iniciar o pregão em alta, o dólar recua nesta sexta-feira (24) com novas intervenções do Banco Central (BC) no mercado . Por volta das 13h50, a moeda norte-americana era negociada a R$ 2,28, em baixa de 0,69%.
O pregão é novamente marcado por forte atuação do BC, a exemplo da véspera.
Por volta das 11h, a autoridade monetária vendeu dólares no mercado à vista, a uma taxa de corte de R$ 2,35. O BC também vendeu cerca de US$ 1,7 bilhão em contratos de "swap" cambial em contratos com vencimento em dezembro deste ano e em janeiro de 2009. Em um segundo leilão de "swap", realizado na seqüencia, a instituição colocou US$ 751,8 milhões no mercado com contratos de ajuste periódico.
Na quinta-feira, o BC anunciou que estaria preparado para vender até US$ 50 bilhões em contratos de "swap cambial". Estes instrumentos funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro, o que contribui para impedir uma disparada maior do dólar no mercado à vista.
Na véspera, no entanto, a intervenção surtiu efeito: o dólar teve queda de 3,15% e fechou negociado a R$ 2,305 nesta quinta-feira.
Ajuste
"O nosso mercado aqui está especificamente se ajustando ao mercado de fora", afirmou Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper. "É mais do mesmo lá fora", comentou Knauer.
O gerente de câmbio ainda citou a influência da valorização global do dólar em sua alta frente ao real. "O mercado de moedas internacional segue com volatilidade grande. Não seria diferente aqui, temos que nos ajustar."
Recessão à porta
Em todo o mundo, os mercados reagem mal às crescentes perspectivas de que uma recessão global esteja se aproximando. Nesta sexta-feira, a notícia ruim veio da Grã-Bretanha: o país anunciou que seu PIB encolheu 0,5% no terceiro trimestre, seguindo período igual de crescimento zero.
Na Europa, as bolsas operam com quedas superiores a 7%. Na Ásia, o pior desempenho foi registrado na Coréia do Sul, com o principal indicador apontando prejuízo de 10,57%. No Japão, a queda foi de 9,59%.
Arsenal do BC
"O BC está querendo é mostrar que ele tem lastro para bancar a coisa... Então, isso tudo reverte numa situação de alerta a eventuais especuladores, de que se precisar, ele (o BC) vai utilizar todo o arsenal de que dispõe", avaliou Vanderlei Arruda, gerente de câmbio da corretora Souza Barros.
"A gente está numa situação em que a gente sofre a influência de todo o mercado externo e lá fora a situação não está diferente", afirmou Arruda referindo-se à turbulência externa diante de uma possível recessão global.