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Peso em baixa

Dólar paralelo decola na Argentina

A presidente cumprimenta população em visita a Cochabamba, na Bolívia, enquanto câmbio dispara em seu país | Danilo Balderrama/Reuters
A presidente cumprimenta população em visita a Cochabamba, na Bolívia, enquanto câmbio dispara em seu país (Foto: Danilo Balderrama/Reuters)

A cotação do dólar paralelo voltou a disparar na Argentina e chegou a se distanciar mais de 40% do dólar oficial. Em algumas "cuevas" (casas de câmbio clandestinas), a moeda foi vendida por 6,80 pesos, enquanto no mercado oficial seu valor é de 4,59.

Para economistas, a subida está relacionada a novas medidas de restrição para a compra impostas pelo governo. Desde dezembro, Cristina Kirchner tem adotado medidas para limitar a fuga de capitais, um problema crônico da Argentina, que no ano passado atingiu US$ 20 bilhões.

Primeiro, a Afip (Receita Federal) passou a exigir justificativas de renda para vender a moeda. Depois, restringiu-se a compra de dólares para viagens turísticas, proibiu-se que as operações fossem pagas com dinheiro vivo e vetou-se que o dólar fosse vendido para fins de poupança.

"As imposições [...] geram uma reação de defesa por parte das pessoas, e o reflexo é que se compra mais dólares no mercado negro e que se gasta mais com bens duráveis. Ninguém quer ficar com pesos na mão", diz Marina Dal Poggeto, da Bein consultoria.

O governo diz que está empenhado na pesificação da economia e que não se preocupa com os compradores do mercado paralelo, por se tratarem de "uma minoria". A disparada do dólar foi acompanhada à distância pela presidente Cristina Kirchner, que passou o dia ontem na Bolívia.

A restrição à compra de dólares é um dos assuntos mais destacados do noticiário local. Sem confiança no sistema bancário, argentinos utilizam a moeda como primeira opção para a poupança.

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